Aproveitando que essa semana é do Girino, eu vou aproveitar pra contar o dia de glória do girino em todos os interclasse, na ótica desse quem vos escreve.
Era o primeiro jogo do time na sétima série e minha estréia no time. Eu não me recordo qual nome usávamos com precisão, mas creio eu que deve ter sido furacão. As tensões desse jogo não se iniciaram apenas com o apito do arbitro, mas um dia antes. Tudo isso porque não queríamos levar mais uma goleada histórica cujo placar ultrapassa os dois dígitos. Para conseguir tal feito, nós realizamos um treino um dia antes do jogo, que foi no nosso intervalo. Como nós éramos sempre os primeiros a pegar a trave devido ao nosso verme incomparável, muita gente marcou time de fora no nosso racha. Porém, nesse dia não íamos admitir que outras pessoas jogassem, era um jogo entre os jogadores do nosso time. Revoltados, a galera de fora começou a falar que iríamos ser atropelados no dia seguinte.
Já no dia do jogo, todos estamos nervosos, iríamos pegar o time do Edmilson, graças a essa “celebridade” setembrina, tivemos que agüentar os seus “baba-ovo” enchendo o nosso saco. Otimismo não era o nosso forte, tanto que eu, o mais otimista, tentava animar a galera dizendo que não íamos levar de mais de dez (e eu fazia isso sério). Começando o jogo, a formação titular era Girino no gol, eu na defesa, André, Vitor Lima Verde e João Pedro no ataque. O nosso time apresentava uma inovação no sistema tático que era um jogador fixo na defesa, que no caso seria eu (não me recordo de ter passado da linha do meio de quadra). Pois bem, na reserva tínhamos: Kbça, Kássio e Mateus. Na comissão técnica: Assis e Danilo e na torcida Bruno de Souza (que já foi tema de poste, e com “Z” mesmo). Iniciada a partida, o nosso time mostrou-se bem mais firme, arranhando até um bom futebol. Quando atacávamos, tínhamos como trunfo o jogo firme do João Pedro, a velocidade do Vitor e o chute forte do André. Tanto que até chegamos perto do gol. Já o outro time era bem mais organiza e bem mais preparado fisicamente. Eles conseguiam acompanhar tranqüilamente os nossos passes e puxar contra-ataques velozes. Porém, poucos contra-ataques foram eficientes. Eu estava postado sempre na defesa e fiz a minha melhor apresentação (junto com o jogo contra o rasga rã, no segundo ano). Mas se passava de mim, eles encontravam um goleiro franzino, mas que tava um paredão. Eu me lembro que em um contra-ataque, viam dois contra um, com a troca de passes passaram por mim, porém tiveram que utilizar passes longos, ai o Girino atual como um verdadeiro líbero e chutou a bola no teto do ginásio. O nosso time defendia-se muito bem, sempre que a galera do ataque perdia bola, eles tentavam parar o jogo, se não voltavam o mais rápido possível. Porém, uma vez isso não funcionou. Eram dois contra eu, já sabendo que com uma troca de passes eu seria facilmente vencido, tentei arriscar e parar a jogada ainda nos pés de um dos atacantes. Quase obtive sucesso, mas a bola ainda escapou, o juiz deu vantagem para pois a redondinha ia na direção do outro atacante, no entanto não daria tempo dele alcançar a bola, o Girino saiu pra abafar e o cara se jogou. O MALDITO FILHO DA PUTA, DESGRAÇADO E ALMADIÇOADO POR DEZENAS DE GERAÇÕES do juiz, marcou pênalti. O time dele converteu e tirou um pouco do nosso gás. Cansados, já não produzíamos quase nada. A pressão era constante, girino e eu tivemos muito trabalho. O Girino tava pegando tudo. Lembro-me que quase não perdi uma dividida. O nosso time era só raça! O André jogando duro. Nascia o espírito guerreiro do Oxford. Após a saída do segundo gol. Meio time foi substituído. E o terceiro gol tardou, não podíamos ficar sem ninguém fixo na defesa, por isso eu voltei. Um ultimo lance surgiu após essa minha volta, ambos graças ao Kbça. O nosso time passou a atuar com ele fazendo pressão na frente, dois nas alas e eu na sobra. Foi quando fazendo pressão o kbça tomou a bola e sofreu falta perto da área. O juiz autorizou a cobrança rápida, o Vitor e o Kbça estavam com apenas um zagueiro na marcação, mas Vitor achou melhor chutar. Deu em merda.
Fim de jogo, o nosso time saiu satisfeito. Finalmente fomos um adversário e não apenas um saco de pancada. O fim do jogo, o atacante que sofreu o pênalti foi até o Girino e deu-lhe parabéns pela a precisa atuação e ainda assumiu que na foi pênalti.
Não levamos a vitória pra casa, mas nesse dia, nasceu o espírito que nos faltava. A partir daí não nos tornaríamos um time vitorioso, mas sim o que jogava com maior paixão. E toda essa fonte da nossa raça existia porque jogávamos entre amigos, entre irmãos.