sábado, 8 de outubro de 2011

Deep Purple, finalmente!


A história de Fortaleza com o Deep Purple é bem mais antiga do que aqueles mais desavisados podem pensar.

Tudo começou no ano de 2003, quando uma empresa local resolveu colocar nossa cidade no mapa dos eventos internacionais. Na época, a produtora anunciou dois shows: uma banda que era o hit do momento (The Calling) e outra clássica (Deep Purple). 

Pois bem, a apresentação do citado grupo americano seria a primeira a acontecer e as expectativas da empresa produtora eram grandes, tanto que trataram de marcar o show para o Marina Park Hotel, um local que pode comportar até 40 mil pessoas. Todavia, as coisas não saíram como foram planejadas e a adesão do público local para com o show do The Calling foi baixíssima, fazendo com que o evento fosse passado para um local menor, o Mucuripe, e por via de conseqüência a apresentação do Deep Purple fosse adiada.

Começava ai o muro de lamentações da cena local que passou anos e anos chorando o leite derramado e pensando como seria um show do Purple em Fortaleza, especialmente nas épocas em que nossa cidade recebia quase nada de show.

Mas quis o destino dar uma nova chance para Fortaleza, uma chance de celebrar uma banda seminal para o rock, uma verdadeira máquina produtora de clássicos. Tal chance foi agarrada com amor e carinho pelo público local nessa sexta-feira, dia 07 de outubro de 2011.

Contada a história, vamos ao show.


Para variar, mais uma vez a cena local teria que se deslocar até a Praia do Futuro para curtir seu rock em paz, já que as casas de shows locais estão quase em extinção.

Dessa vez, ao contrário do que acontece ordinariamente, fomos para o show de carro, pois o Kassão, um cabra muito maxo, resolveu arriscar hehe. Com a comodidade do carro, resolvemos chegar numa hora já próxima de entrar e foi o que aconteceu: 22 horas já estávamos no local do show.

Quando chegamos estava rolando a banda de abertura, que veio lá de São Paulo para acompanhar o roxo profundo. Porém, até que entrássemos no recinto, entre filas e conversas, o show da banda já tinha acabado.

Ao entrarmos no local, avistamos o palco e vimos a bateria da banda já montada. A priori, eu pensava que isso não representava muita coisa, e continuava achando que iríamos esperar muito, apesar do horário do show está marcado para as 23 horas e de já estar muito próximo disso. Afinal, estamos em Fortaleza né?


Porém, para a surpresa de todos, não houve atraso, e logo a introdução começou a ser executada no sistema de som, momento que o pessoal que estava fora do show começou a entrar de forma mais apressada.

E logo de cara, para abrir a noite, a banda executa Highway Star. Pqp meu irmão. Clássico do rock caramba. Preciso nem definir a música, apenas a histeria da galera que parecia não acreditar hehe. O único ”porém nesse momento é que a guitarra de Steve Morse começou um pouco baixa e o show na areia não possibilitava muita mobilidade, mas de toda forma foi especial e a galera correspondeu. Fico imaginando a reação do pessoal que estava do lado de fora quando começou a canção.

Após a Highway, uma música que com seus solos e improvisos, antes e depois da música, passa dos sete minutos, seria hora uma música mais curtinha não? Que nada cara. Aqui são anos 70, ou pelo menos todo mundo queria que fosse hehe. A banda taca logo de cara Hard Lovin Man (clássico!!!), canção do álbum in rock, que passe fácil dos sete minutos. Mais uma música para deixar eu paralisado e pensar: meu irmão, os véi são muito doidera :P.

Com Maybe a Leo (clássico!!!), a banda passeou pelo rock com as raízes bem fincadas no Blues, fazendo o pessoal aplaudir de forma empolgada ao fim da canção. Essa canção já deixa espaço para Strange Kind of Woman (clássico!!!), uma das minhas favoritas da banda, fazendo me empolgar com uma dose extra e estimulando o público até a ensaiar uns passinhos hehe.

Vale ressaltar que a banda não esqueceu de executar canções gravadas com Steve Morse, tais como Rapture of the Deep ( pense numa composição bem feita),  contact lost ( belíssima guitarra) e well dressed guitar ( virtuose!!!). Essas duas a propósito foram importantes para ajustarem a guitarra de Steve, deixando ela mais presente. O guitarrista, inclusive, mercê menção especial, porque tem o peso de ocupar o cargo de ninguém menos do que Ritchie Blackmore, mas faz isso com uma competência magistral, especialmente pelo extremo bom gosto em relação aos timbres das suas guitarras.


Entre todas as canções, sempre havia espaço para improviso e isso era feito de forma nada econômica, revelando o espírito das bandas dos anos 70, que usavam de muita liberdade na forma de se expressar. A cada passagem instrumental, era mais um motivo para eu ficar admirado.

Outro ponto curioso na apresentação da banda é Ian Gillian, um dos maiores vocalistas da história do rock. O Silver Voice tem talvez a missão mais difícil do grupo, que é a de encarar um show ao vivo em canções que ele consagrou um uso bem intenso da voz, com gritos estridentes que já fizeram muita gente enlouquecer. Mas a idade pesa para a voz e Gillan leva o show mais na classe do que na potência. Porém, o passar dos anos trás experiência e o vocalista conduz o show com elegância e muita interação com o público. Nas músicas compostas a partir dos anos 80, onde o vocalista já tinha adquirido a consciência de que deveria buscar novos caminhos, o resultado se mostrou bastante superior, fazendo o pessoal se encantar com sua capacidade de conduzir as canções.

Outro ponto emocionante foi When a Blind Man Cries (clássico!!!) A música foi brilhantemente executada, com direito a uma introdução feita por guitarra e teclado que foi de bater as palmas. Ao fim da canção, posso dizer que foi uma das baladas mais emocionantes que eu pude conferir ao vivo.

A participação do público também foi intensa nos grandes sucessos da banda: Perfect Strangers e Smoke on the Water. As duas são brilhantes, mas a segunda serve como uma espécie de batismo para todo roqueiro.
O que mais dizer sobre o show? Clássico!!! Me desculpe a falta de melhor definição, mas ver Deep Purple é ver uma pedra fundamental do rock.

Observações

1 – Solos de baixo e teclado foram sensacionais, surpreendendo muita gente. Roger Glover, no melhor estilo garçom do Pirata bar, é o cara!

2 – Ian Paice : baixinho e meio corcunda, o baterista se transforma atrás do seu kit. O cara é a verdadeira alma do Deep Purple, além de ser o baterista favorito do baterista da minha banda favorita hehe. Enfim, ele também merece a classificação de clássico!!! ( sempre com três exclamações hein!)

3 – O show não pode ter dado tanto dinheiro, mas deve ter sido um dos mais fáceis para a galera da D&E. Programa família total, sem nenhum resquício de confusão. Mais tranqüilo do que isso só uma missa e olhe lá.

4 – O Deep Purple recebeu o Delfianos Supremus.
5 - Dá para escutar o som do pandeiro do Gillan.

2 comentários:

Rafael K disse...

Aeeee ma!! Realmente, passamos pelo nosso Batismo ou Crisma viu auhauha..

Muitos clássicos, execução emocionante! Banda continua muito bom!!!

E aquele pandeiro do Gillian, é abençoado por Odin ma!

pedro disse...

ate que fim temos uma banda que e uma lenda mundial em fortaleza .e nao estas bandas de forro eletronico tipo avioes do forro mwesley safadao que sao enganadores e cantores pessimos , agora podemos retirar a poluicao de nossos ouvidos que estas bandas horriveis tocam diariamente em radios , televisao ,obrigado DEUS POR permitir-me ouvir uma musica de qualidade;