Inesquecível, histórico!

Se alguém voltasse no tempo e dissesse que Fortaleza e o Nordeste entrariam na rota das turnes internacionais, eu provavelmente, masss muito provavelmente não acreditaria. Afinal, quem, com a mínima noção, acreditaria?

Ver de perto, em 2008, Helloween, Gamma Ray, Nazareth, Tarja, e a sua super banda, Nightwish, sem contar os shows não conferidos pelo nosso blog como Bad Relligion, Destruction, The Cult e Offspring, além dos shows nacionais de Khallice, André Matos, Shaman e Sepultura, definitivamente mudaram a rotina da vida rocker do nosso estado e, com a ajuda de muito outros que passaram por Recife, mudaram a rotina nordestina. Em 2009, nem chegada a metade, já estamos com uma sonhora lista. No início do ano, os bons shows de Blaze e John Lawton serviram como ótimos aquecimentos. Em março, conferimos os gigantes do heavy metal, o Iron Maiden ( vc acredita???), e agora temos nada mais, nada menos do que a lenda do rock, o Motörhead.

Pois é pessoal, a noite dessa quarta feira foi muito irada, histórica e inesquecível. Conferir de perto esse gigante do rock que influênciou muitas bandas como Metallica, Foo Fighters e Sepultura ( os fãs mais declarados hehe) passou pela nossa terrinha e uma coisa eu posso dizer; como é bom ver tais lendas tocarem em Fortaleza e diga-se de passagem, com pleno vigor. Alias, vale ressaltar esse ponto da banda estar por cima. Os esnobadores dos shows locais sempre afirmam que são bandas em decadência em busca de tostões. Já o caso do Motör é de uma banda que está no Top 200 da billboard dos cds mais vendidos entre todos os gêneros ( mesmo tendo um som naaada comercial), Headline do Desert Rock Fest ( festival que contou com o Maiden nesse posto ano passado), confirmado no Wacken Open Air da Alemanha e que nessa sexta vai ser o headline do Abril Pro Rock em Recife.

Um bom público, mas não tanto quanto no Hellish Rock e no Offspring compareceu ao Siara Hall nesta quarta, em plena semana, pagando um ingresso salgado. E porque tanto sacrificio? Ver uma lenda tocar na cidade. Dessa vez, só compareceram o kássio e eu do nosso blog, mas conferimos muitas caras familiares, como o Emidio, o Motoqueiro, outro cara lá da caravana, o johnny amigo do kbça entre outros. Todos reunidos para celebração metálica.

O evento começou com a banda Matanza, por volta das 21:10, dez minutos após o programado. Com um som basicão e com um vocalista estranho, porém carismático, o Matanza aqueceu o sangue da galera, principalmente do seu fã clube presente. A proposito, essa é uma das bandas de estrada mais respeitada no país, podendo até ser considerado um dos grandes do rock nacional. Ao fim do show, o vocalista Jimmy falou com sua voz estranha o que todos não pareciam acreditar: " pois é pessoal, agora deixo vocês com os caras do Motörhead!!!"

20 minutos se passaram e o palco, muito simples por sinal, já foi preparado. Uma bandeira com o nome da banda, uma bateria e uma PAREDE de amplificadores, ou seja, porrada na orelha. Vê aquela bandeira ao fundo com o Brasão da banda me fez pensar: isso tá acontecendo na minha terra?

Estava, e as 22:10, sem muitas frescuras sobe ao palco Lemmy Kilmister, Phil Campbell e Mikkey Dee e com um simples dizer é dada a largada para um show matador; we're motörhead and we play rock and roll". Imediatamente Lemmy engata a puxada de Iron Fist acompanhado de uma avalanche da guitarra e e bateria, a galera vai ao delírio, a insanidade tomou de conta dos headbengers presentes. Logo em seguida, foi emendada o clássico stay clean, numa roupagem mais pesada. O som da casa estava absurdamente alto, fazendo com que este que vós escreve ficasse atordoado rééé. Primeiro descanso, a banda interage com o´público e disparada duas canções Be My Baby e Rock Out, fazendo a galera explodir mais uma vez com tamanhas porradas, sendo nesta última contando com o pessoal cantando a plenos pulmões you, you and you... Uma breve parada e são disparadas Metropolis, Another Perfect Day, a do fundo do baú Over the Top, I Got Mine. Em The Thousand Names of God a galera volta a explodir.Já IN the Name of Tragedy mais uma execução matadora contando com uma monstroso solo de bateria de Mikkey Dee no meio da canção, fazendo todo mundo ir ao delírio com tamanha explosão.

A cada duas músicas, a banda tomava ar e conversava com o público sempre usando um humor bastante irônico. Tb presenciamos um solo de guitarra do tiozão Phil Campbell, onde todas as luzes do Siara Hall foram desligadas e contando apenas com um refletor no guitarrista, ele fez um solo em cima de uma base em teclado pré-gravado saindo um efeito legal e um momento mais calmo do show. Após ela tivemos Just Cos You Got The Power tendo uma recepção mais fria devido ao publico cançado e ancioso por escutar aqueles clássicos que ele sabe que vai escutar hauhauhau se não num é show do motorhead.

Foi ai que começou o momento curta até morrer, uma vez que tava todo mundo cançado naquelas alturas. Foi ai que veio a Going To Brazil.... meu irmão... foi um festival de bater cabeça , air drumns, air bass e rodas, ninguém ficou parado. Logo depois é emendada a clássica Killed by the Death, mais um momento que você bate cabeça mesmo sabando que o pescoço não aguenta mais huahauhau. No meio da canção, uma parada e a galera puxa o coro do refrão killed by the death em um momento simplismente mágico. Nesse momento o todas as pessoas ao nosso redor olhavam uma para as outras e gritavam Killed by the Death \m/. Depois é disparada bomber, outro clássico fazendo a galera enlouquecer, mas o clima de anciosidade estava no ar...estava chegando aces....

Mas antes de Aces, contamos com o momento diferente do show. Phil e Mikkey pegam seus violões, sendo que este ainda comandando um chimbal, Lemmy sua gaita e manda um blues para a galera... Fazendo todo mundo aplaudir junto num momento relax e divertido, contando com um solo de gaita de Lemmy.

Bem, mas estamos falando de show do Motorhead... e o que lhe vem a cabeça com isso? Provavelmente aquele hino que marcou o rock como outros tantos, que é coverizado por muita gente, que tocou no som ambiente do maiden antes do show, que é visto por milhares de pessoas no You Tube. Uma música, que assim como o Motörhead, não tem nada de extraordinário, somente uma vontade animal de fazer um rock de verdade. Eis que....

Lemmy puxa a música... Mikkey e Phil levam adiante, sendo que aquele espancava a bateria... o pessoal enlouquecido abriu uma enorme roda....quem não entrou no mosh gigante,acabou fazendo outros menores... quem estava no fundo do siara hall correu para frente e.... [ essa é a cena que mais me marcou em todo show] um cara ajoelhado no chão comemorando como nunca. Era Aces of Spade, dois minutos e cinquenta que acabaram com o meu pescoço, algo espetacular. Pescoço? Voz? Integridade física?? Adeus!!!

Mas acredite, ainda tinha Overkill, muita batidade de cabeça e as pessoas emocionadas gritando: eu vim!!!!

Pois é, não foi um show, foi uma celebração onde o público local se entregou ao Rock e Metal.... O que faltou ao show do Maiden em Recife, teve aqui, um público que se entrega ao show. Fortaleza viu Lemmy, a lenda. Viu Phil se entregando mais do que nos dvd. Viu Mikkey, um verdadeiro monstro que fez a todos sentirem o peso de sua bateria enloquecida. Fortaleza viu o Motörhead.

Motörhead é:

Lemmy Kilmister - vocal, baixo e gaita

Phil Campbell - vocal base, guitarra e violão

Mikkey Dee - Bateria e violão

1. Iron Fist (Iron Fist – 1982)

2. Stay Clean (Overkill – 1979)

3. Be My Baby (Kiss of death – 2006)

4. Rock Out (Motorizer – 2008)

5. Metropolis (Overkill – 1979)

6. Another Perfect Day (Another Perfect Day – 1983)
7. Over the top (lado b presente na coletânea de raridades – Over the top – the rarities e Chase is better than the catch: the singles a`s e b`s)
8. One Night Stand (Kiss of Death – 2006)
9. You Better Run (March Or Die – 1992)

10. I Got Mine (Another Perfect Day – 1983)
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Solo de guitarra – Phil Campbell
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11. The Thousand Names Of God (Motorizer – 2008)
12. In The Name Of Tragedy (Inferno – 2004)
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Solo de bateria – Mikkey Dee
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13. Just 'Cos You Got The Power (lado b do disco Rock ‘n’ Roll – 1987)
14. Going To Brazil (1916 – 1991)

15. Killed By Death (lado b presente na coletânea No Remorse – 1984)

16. Bomber (Bomber – 1979)
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Bis:

17. Whorehouse Blues (Inferno – 2004)

18. Ace Of Spades (Ace of Spades – 1980)

19. Overkill (Overkill – 1979)