segunda-feira, 14 de julho de 2008

Renegados no Maria Bonita

Na última sexta feira, dia 11, parte da galera foi novamente ao Maria Bonita conferir o show da banda Renegados.
Foi a primeira apresentação a banda que eu tive a oportunidade de ver. Só conhecia o trabalho deles pelo excelente álbum
  • A Essência
  • , e garanto que ao vivo a banda cresce muito.
    Dessa vez, ao contrário das outras, chegamos cedo no Maria Bonita. Muito cedo. O que foi ótimo, pois conseguimos pegar um lugar excelente à beira do palco, isso enquanto a banda ainda montava seu equipamento. Pouco tempo depois eles começam a passar o som e pudemos ter uma idéia do que estava por vir. O som do Maria Bonita nunca esteve tão nítido, dava para ouvir cada instrumento perfeitamente. A vantagem de um power trio, como bem observou o Harley. O Marcelo (Marcelo Pinheiro – Guitarra e Voz) se mostrou extremamente perfeccionista, orientando a equipe de som em cada detalhe até que cada instrumento fosse ouvido alto e claro.
    Uma vez ajustado o som, eles tocaram duas músicas para passar o som. A primeira eu não lembro qual foi. A segunda parecia até o último momento da introdução que seria Breathe, do Pink Floyd. Na verdade, se tratava de Primavera nos Dentes, da banda Secos e Molhados. Música muito boa, com uma pegada blues interessante, mas que possui uma “influência” meio suspeita da música citada acima.



    Depois da passagem de som, os músicos sentaram-se para aguardar a hora do show. Uma hora e meia de muita expectativa, pois já dava pra saber pelas duas músicas que o show seria de altíssima qualidade.
    Finalmente, às 22:30h, começa o show, com “apenas” meia hora de atraso (pontualidade invejável comparado ao normal dos shows por aqui). O que se seguiu nas próximas 3 horas e meia foi simplesmente incrível. Os três músicos têm uma qualidade muito alta, é difícil entender como uma banda como essa não possui reconhecimento internacional, nem mesmo nacional. Todos deram show em seus instrumentos: Marcelo detonando na guitarra, fazendo ótimos e longos solos com muito improviso e feeling. Tocar guitarra parece fácil vendo esse cara tocar. O Ricardo também dando um show à parte. Sua pequena bateria parecia enorme, tanto nos solos e nas viradas como nas conduções, o cara realmente mostrou como se toca. Detalhe que a bateria não estava microfonada, o cara tocou “no braço” mesmo, o que dá uma dinâmica interessante, apesar de perder um pouco na qualidade do som, principalmente no bumbo. Romualdo Filho faz o que um bom baixista deve fazer: participa ativamente da melodia da música e, quando necessário, segura a harmonia da banda fazendo a base para os solos do Marcelo, além de alguns solos cabulosos que o cara faz.
    O som da banda é difícil de definir, mas eu definiria com um rock clássico com influência de ritmos locais como maracatu e uma pegada blues com influências de jazz (eu disse que era difícil definir hehe). Os momentos de improviso no meio das músicas são viajantes e, nas partes cantadas, as vozes dos irmãos Pinheiro se encaixam perfeitamente criando um clima meio Pink Floyd. Falando em Pink Floyd, a reação dos caras aos pedidos de covers é hilária. Eles até fazem vários covers passando pelos citados Pink Floyd e Secos e molhados, além do clássico Raul, Jimmy Hendrix e outros que eu não vou lembrar agora. Mas quando a galera começa a pedir covers demais o Marcelo retruca com coisas como “É cara, eu também gosto de Pink Floyd, mas eles só são quem são porque um dia pararam de fazer cover e começaram a tocar músicas próprias” ou “Cara, Raul já ta divulgado, deixa a gente divulgar a nossa banda um pouquinho também”. Muito comédia.
    Enfim, é uma banda local que realmente todo amante de rock em fortaleza deveria prestigiar. A satisfação é garantida. Com certeza foi apenas o primeiro de muitos shows que eu prestigiarei.
    Não sei se esse vídeo já foi postado, mas ele dá uma boa noção do que é renegados ao vivo:

    3 comentários:

    Anônimo disse...

    Eu sou meio suspeito de falar sobre a banda pois eu era o cara com a camisa vermelha bem discreta da banda lá no Maria Bonita hehe.

    Realmente a banda toca muito... mas na minha humilde opinião o que não se destaca é técnica mas o enorme tesão que eles tem em tocar rock e blues, um amor a música que é passado para o seu público.

    De fato é uma pena o pouco reconhecimento da banda por parte do público local. Eu admito que por muito tempo eu me fechei para as coisas que viam de daqui com a certeza que o que tinha por aqui era de baixa qualidade, no entanto aos poucos vou descobrindo os talentos da nossa terra e apreciando cada vez mais a música por aqui. Esse fds eu fui ao Sana e vi como muita gente ta direcionada pra produção cultural de outro país mas não tem muita noção do que é feito por aqui.No entanto, não os critico pois além do fato de ser uma cultura interessante é muito mais fácil saber o que rola lá fora do que rola aqui debaixo dos nossos narizes. Esse é um triste retrato da sociedade cearense.

    Pelo menos o Theater é um ponto onde local e extrangeiro tem espaço :D.

    Obs: O cd a essência foi gravado em shows da banda. Felizmente, a banda encontra-se em produção do terceiro trabalho e poderemos contar com

    Anônimo disse...

    esqueci de terminar a ultima frase hehe.

    poderemos contar com a evolução da gravação em estudio do nosso estado para ter algo cada vez melhor.

    Anônimo disse...

    Eh...não sobrou muita coisa pra falar hehehehe...

    Cara , quando vejo um show do Renegados me vem a mente aquela sensação de estar vendo os limites e padrões musicais sendo quebrados,dando asas ao sentimento e criatividade do musico.
    Mais um grande show,parabens a todos da banda.E também vale dar um destaque para os acessorios do Ricardo hehehehe...seja o sino,tambor,... tudo pra dar um clima maior e uma melhor musicalidade :D

    Muito boa a banda,muito bom o show!