quinta-feira, 10 de julho de 2008

Crise Mundial de Alimentos e o seu discurso incoerente!

Ligue a sua televisão ou acesse o seu portal de notícias favorito e você encontrará após uma pesquisa o recorrente tema da crise mundial de alimentos por qual nosso mundo vem passando. As páginas de economia apontam mil e um fatores, entre eles o desenvolvimento dos paises emergentes.

Alguém dúvida que o mundo passa por uma crise de alimentos?

Creio que não! O problema não está em noticiar o fato, mas sim na maneira em que está sendo noticiado.

Pessoas passando fome e sem o que comer, vivendo abaixo da linha da miséria é algo extremamente comum no mundo contemporâneo. É até mais fácil encontrar alguém que passe fome do que encontrar alguém que se alimente direito. Estudos do Banco Mundial revelam que em 1995, o número de pessoas que viviam na miséria, ou seja, sem condições de se manterem vivas, já alcançava o patamar de 1,2 bilhões de pessoas. Mas nem por isso se falava em crise mundial de alimentos não é? O número não estagnou e atualmente estima-se que 1/3 da população mundial viva na miséria, sendo que nosso país registra nada mais, nada menos do que 56 milhões de pessoas nesse patamar.

O que vemos é que é um problema antigo mas que nem sempre foi da mais alta preocupação nos noticiários. Então porque hoje o tema é tão recorrente? Infelizmente eu não sou a pessoa mais apta a responder isso, no entanto vários indícios apontados por jornalistas e estudiosos apontam um norte para as respostas. Em primeiro lugar, vem a briga entre petróleo e biocombustível. A industria petrolífera acusa os produtores de bio combustível de deixarem de cultivar alimentos pra cultivarem milho e derivados, gêneros que proporcionam a produção do bio combustível. Longe de ser o único fator que provoca a crise de alimentos, é fato que um relevante parcela dos grandes produtores mundiais vem investindo pesado na produção de bio combustível em detrimento da produção de gêneros alimentícios. No entanto, esse não é o principal e isolado fator, pois essa produção ainda ( eu digo ainda) não atingiu patamares para tal. Outro ponto relevante é a queda do dólar que anda fazendo os americanos pagarem mais por comida e pagarem menos no consumo de outros coisas, fazendo com que os níveis de consumo norte-americanos decaíam.

O objetivo desse texto não é apontar os causadores dessa crise, mas sim apontar o porque que essa crise tem relevância nas páginas de notícias do nosso dia-a-dia. E os meios de comunicação vêm relevância pois mais do que nunca a crise está mexendo com gente poderosa e prejudicando o seu lucro. Não é por causa dos miseráveis que habitam a Terra e isso é o que é mais triste. Como buscar uma solução humanitária se as preocupações não são humanitárias?

Abaixo se segue um texto de Roger Waters propagando seu trabalho demonstrando que para se solucionar o problema, é necessário se ter preocupações com as pessoas:

Um dólar. É quanto custa um exemplar do New York Times, menos que meia xícara de café no Starbucks. Atualmente é uma quantia ínfima. Ou até menos, se você considerar que agora mesmo, há um bilhão de pessoas lutando para sobreviver com menos de um dólar por dia. Isso é a definição de “pobreza extrema”.

Como é a vida com um dólar por dia? Miserável, em sua maior parte. É viver tão perto do limite que qualquer pequeno infortúnio -- uma doença, uma seca, tomar água contaminada -- pode ser fatal. A cada dia, 20.000 pessoas nessas condições simplesmente morrem por que elas são muito pobres para viver.

Na África, pobreza extrema significa fazendeiros esperando que seu pedaço árido de terra produza comida suficiente para alimentar suas famílias – sabendo que não vai. Pobreza extrema significa crianças raquíticas caminhando por quilômetros para trazer água para beber, água que provavelmente vai deixá-las doentes. Significa pais com a preocupação constante que seus filhos podem morrer por uma simples picada de mosquito porque a clínica local (se houver uma) não tem remédio para curar a malária.

Mas, como eu descobri recentemente, não precisa ser assim.

Em 2005, eu me reuni com os outros integrantes do PINK FLOYD para o shows do Live 8 em Londres, evento que promovia o perdão das dívidas, políticas de troca justas e uma maior ajuda estrangeira para os países pobres. Foi assim que acabei conhecendo alguém chamado Dr. Jeffrey Sachs, um homem que tinha a corajosa noção de que algo poderia ser feito para combater a pobreza extrema. Ainda mais corajosamente, ele já está fazendo – e todos somos capazes de ajudar.

Dr. Sachs é um veemente intercessor dos pobres, que também é um renomado economista e um consultor dos líderes mundiais. Em 2005, ele fundou algo chamado projeto Millennium Villages (Vilarejos do Milênio), um esforço conjunto entre a Millenium Promise, o Earth Institute na Universidade de Columbia, e o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, que já está operando em 79 das comunidades mais pobres na África subsariana (e, por isso, as mais pobres do mundo).

No último ano, eu comecei a ajudar a Millenium Village em Potou, Senegal, uma comunidade com economia baseada em pesca e plantio, que fica perto da costa oeste da África. Comecei a me interessar por esse país depois que um grande amigo meu, Phillip Constantine, casou-se com uma mulher senegalesa. Senegal, como vários outros países da África subsariana, é uma região afetada pela malária, onde a doença é responsável por 25% das mortes hospitalares. Tragicamente, Phillip morreu de malária.

Potou é um lugar bem inóspito para tentar viver. Dunas de areia estão lentamente ficando mais vastas e engolindo a terra fértil que há. O que ainda consegue ser plantado, está constantemente ameaçado pela seca e pelas pestes. Contudo, ainda há esperança: Millennium Villages está provando que – mesmo em lugares como esse – há coisas que podem ser feitas para melhorar a vida das pessoas e suas subsistências.

A ideia básica é combater todas as coisas que causam a pobreza extrema de uma vez, de um modo simples e efetivo financeiramente. Sementes e fertilizantes baratos estão ajudando os fazendeiros a duplicar e até triplicar sua colheita. Parte desse excesso de produção é usada em programas de alimentação escolar. Pela primeira vez, vários estudantes estão recebendo almoço de graça, com suas frequências e notas subindo de uma maneira espantosa como conseqüência.

Outra razão pela qual os estudantes podem ir à escola agora é que há água pura nos vilarejos – não é mais necessário caminhar longos caminhos para conseguí-la – resultado das novas fontes protegidas de água ou de poços com água limpa recentemente cavados. Estamos combatendo a malária também: Redes de dormir grátis e remédio estão reduzindo a infecção por malária em até 90%.

Histórias de sucesso como essas estão inspirando pessoas de todas as profissões e classes sociais a juntaram-se na luta contra a pobreza extrema. Da minha parte, eu tenho pedido aos fãs que estão comparecendo na minha atual turnê a fazer doações e a envolver-se com a Millenium Promise, uma organização fundada pelo Dr. Sachs para combater a pobreza extrema. Em memória ao meu amigo Phillip, eu leiloei recentemente um baixo, que angariou mais de 120,000 dólares em redes de dormir para a organização.

E eu não estou sozinho. Este mês, o Instituto Nacional de Dança em Nova Iorque está trabalhando com 25.000 jovens para conseguir conscientização sobre a pobreza extrema, relizando danças inspiradas na cultura Senegalesa. Por meio do seu “Pennies for Potou" (centavos para Potou), os jovens estão obtendo dinheiro para seus correspondentes no Senegal e trocando cartas com eles.

As pessoas com quem eu falo ficam chocadas quando sabem o quão relativamente barato as soluções para a pobreza extrema são – com 2 centavos compra-se um comprimido para combater vermes, 1 dólar é o bastante para uma semana de refeições escolares de uma criança, e com 10 dólares compra-se uma rede de dormir que protege duas pessoas contra a malária por cinco anos. Com isso, todos nós podemos fazer parte da situação e provocar uma mudança duradoura nas vidas de pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia. Pense nisso no próximo New York Times ou café do Starbucks que você for comprar.




Um comentário:

Anônimo disse...

Quando eu vejo esse problema as vezes me pergunto se não ha gente de mais no planeta.E cada vez mais surgem meios de continuarmos ainda mais tempo vivos,mas como convecer alguem a deixar de lutar pela vida?

Porém também e verdade que até poderiamos ter um povo bem alimentado se soubessemos cuidar melhor uns dos outros e do planeta.
Seria uma otima mudança para todos nos começarmosa respeitar uns aos outros.