domingo, 2 de dezembro de 2007

Pelos caminhos do rock/ metal: Look out kid!

Magro, baixo, ranzinza. Bob Dylan realmente não tinha o protótipo de um ídolo da música e carisma não era muito a dele. Mesmo assim, ele cravou seu nome na história do rock, ajudando a lapidar características marcantes.

Talvez ela tenha conseguido fazer tanta história por sempre seguir um rumo que ele determinava, sem se adequar tendências, sendo convicto na sua música. A revolução traçada por ele até hoje é visível no rock.


Ativo até hoje, Dylan já lançou 45 discos. Ele é uma das provas vivas que a morte ajuda a construir mitos. Hoje muitos lembram de Janis Joplin, Hendrix, Morrison e Lennon, enquanto o ídolo vivo acaba sendo um pouco esquecido


Bob Dylan começou na musica folk norte-americana. Esse estilo é mercado por letras que retratam o cotidiano, angustias, alegrias e paixões do homem comum dos Estados Unidos. Dylan se destaca por suas letras mais acidas e políticas e seu jeito mais rápido de cantar. Ao escutar suas músicas no início da carreira, ele passa a sensação de estar sozinho numa estrada cantando, a sua música soava intima aos ouvidos das pessoas, fazendo com que suas composições fossem companheiras das vidas de quem ouvia. A partir daí, ele virou um ícone para juventude americana que passou a idolatrá-lo. Naquela época, o mundo ocidental vivia um momento de muitas mudanças na sua cultura e costumes. Até a década de 50, o pensamento da sociedade ocidental pouco se diferia do tempo que ainda havia escravidão. Bob era o cara certo na hora certa. Porém, com o tempo ele notou que as suas músicas passaram a ser mais elogiadas por questão de idolatria idiota do que de pela qualidade ou mensagem. Isso não o agradava e para tanto ele tomou providencias impactantes.

Foi num show, em meados da década de 60, que Dylan plugou a sua guitarra, substituindo o seu velho violão, ativou a distorção e junto com a banda fizeram o primeiro concerto de grande repercussão dessa nova cara do rock, guitarras acidas e distorcidas. Praticamente um heavy metal para os padrões da época. Não tardou e o movimento folk passou a criticá-lo, mas isso pouco importava para ele, que continuou assim, sem tanta distorção, mas continuou. Esse evento foi importante pra o rock de maneiras indescritíveis. Bob Dylan, com seu nome e prestígio deu a cara a bater e mostrou ao mundo o que estava por vim, após isso as pessoas estariam mais preparada para ver essa nova cara do rock, que seria liderada por Hendrix.


Enquanto muitos falam e pouco mudam. ele fez o caminho inverso!


Outra mudança que Bob trouxe-se para o mundo do rock foi a atitude de mudar alguma coisa e letras engajadas. As composições de amor agora não seriam um simples She Loves You yeah yeah dos Beatles. Certo dia John Lennon foi conversar com Dylan e disse: “Eu amo a sua música!”. A reposta não foi a mesma. Dylan esculhambou a música dos ingleses na frente do maior ídolo da história do rock. Em vez de travarem uma batalha de inimigos após isso, essa crítica refletiu na música dos Beatles. Os ingleses não fariam mais shows ao vivo, encerraram a Beatlemania, fizeram composições mais elaboradas, complexas, e os discos que viriam a mudar a história do rock.

O mais engraçado disso tudo, é que ele não ergueu em nenhum momento a sua voz e disse: “vamos mudar o mundo!”. Ele simplesmente foi vivendo e mudando, querendo ou não, o que devia ter sido mudado. Bob Dylan não é apenas um ídolo da música americana, é um ídolo cultural daquela nação e que muitos admiradores têm no mundo.

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