domingo, 3 de maio de 2009

Nova era brings the angels back to life...

Ontem, 2 de maio de 2009, Fortaleza teve a honra de receber o primeiro show do Angra após o hiato de 2 anos.  O show foi marcado também pela volta do primeiro baterista a gravar um álbum oficial da banda, Ricardo Confessori.

A noite no Siara Hall começou com a banda Walking Back to Hell, típica banda em que os integrantes tocam mais para se divertir do que por qualquer outro motivo, porém com bastante competência. A banda fez um show com poucas músicas autorais e um monte de covers, principalmente Judas Priest. Desaque para o vocalista, que é praticamente um clone do Rob Ralford, tanto na forma de cantar como na postura e no visual, e para o guitarrista, completamente indignado com o público, que não parecia conhecer muito da discografia do velho Judas. Ainda teve espaço para Ace of Spades, para quem foi ao show do MotorHead relembrar e quem não foi se arrepender mais ainda.

Em seguida, Samhainfall, talvez a banda mais vezes citada aqui no blog, assumiu o palco. Num show muito bom,  a banda tocou músicas do seu EP The First Sign como Banished from Hell, Never Tell Secrets e Seeds of Fire, além das já não tão novas Night by Night e Before my Time. Excelente show como sempre, botou pra bater cabeça até quem estava se poupando para o show principal.

Terminado o show da Samhainfall começa a tensão. O Angra estava bem perto de voltar à vida novamente bem ali na nossa frente. A expectativa era grande, pois ninguém tinha a mínima noção de como seria o setlist. Nem como estaria a versão 3.0 da banda. Será que o confessori conseguiria segurar a onda nas músicas tocadas originalmente pelo aquiles? Será que o Edu cantaria bem?  Perguntas que estavam próximas de serem respondidas.
Após um tradicional atraso de cerca de 40 minutos, a movimentação no palco começava a indicar que o show estava próximo de começar. Os roadies posicionavam os instrumentos e o tão cobiçado setlist era grudado nas caixas de som do retorno.
Enfim, as luzes se apagam e começa a ecoar pelo siara hall aquela introdução tão familiar. Eu confesso que engoli seco quando ouvi que era Unfinished Allegro, intro de Carry On. E assim começou o show, disparando de cara o maior clássico do Angra e a música que mais gera críticas ao Edu. Passada a euforia do começo da música, deu para perceber um "detalhe" que faria a diferença no show. A banda tomou uma decisão que, ao meu ver deveria ter tomado já há muito tempo, logo que começaram os problemas com a voz do Edu: baixaram mais meio tom nos instrumentos. A banda que já tocava ao vivo com afinação em Eb, agora está tocando em D. Resultado: Edu cantando pra caralho! Simplesmente não parecia o sujeito sofrendo de broncopneumonia tão criticado no youtube e orkuts da vida. Não se pode dizer que a voz dele voltou a ser o que era em 2001, mas com certeza houve uma melhora significativa e ele voltou a cantar MUITO. Como eles já vinham fazendo na turnê anterior, Carry on pára no solo de bateria e emenda com Nova Era, primeira chance de ver o Confessori tocando uma música da era Aquiles. Resultado: foda! Como baterista experiente que é, ele não tentou seguir à risca as linhas de bateria originais. Ao invés disso, colocou seu toque pessoal nas músicas. Quem estava achando que o Angra perderia peso com a troca de bateristas se enganou miseravelmente, o Confas adiciona uma dinâmica muito interessante, fazendo levadas mais swingadas quando a música pede, mas sentando o braço quando é necessário. Em seguia veio Waiting Silence quando o público deu aquela paradinha para respirar e observar a banda com mais calma. Nessa música deu pra ver a empolgação do Rafael Bittencourt, que lembra muito o Steve Harris ao vivo (já posso fazer essa comparação \m/) cantando todas as músicas e agitando como se também estivesse assistindo o show. Destaque nessa música para o Felipe, o cara toca uma música absurda dessa como se estivesse tocando parabéns pra você. A próxima foi Heroes of Sand, onde deu pra perceber que não era devaneio, a voz do Edu voltou mesmo. Em seguida a clássica Angels Cry, seguida daquela que com certeza vai ficar na memória por muito tempo: Carolina IV executada por um Angra inspiradíssimo. Pra mim essa música resume a essência do Angra, pois ela passeia pela música brasileira, power metal e música clássica de uma forma muito natural. Ver Kiko Loureiro, Rafael Bittencourt e Ricardo Confessori executando essa música juntos é simplesmente incrível. Melhor música da noite na minha humilde opinião. A próxima foi Angels and Demons, música que eu realmente não achei que fosse ser executada por ter muito a cara do aquiles. O Ricardo, porém fez um arranjo totalmente novo para a música, deixando-a menos prog e mais power. A bateria ficou bem no estilo do último álbum do Shaman. Não diria que ficou melhor que a versão original, mas com certeza ficou interessante. Em seguida vieram Metal Icarus, The Course of Nature e Make Believe, seguidas por Acid Rain e Never Understand, um verdadeiro desfile de clássicos. Depois da Never Understand, a banda deu uma paradinha enquanto o Edu brincava com o público cantando a sempre muito pedida Saint Seya. Nesse momento vale ressaltar a importância do Angra para a cena nacional. Ontem no show, era possível ver um público mirim de 11 a 15 anos, muitos acompanhados dos pais. Para os tr00 headbangers da geração orkut, isso é uma verdadeira afronta contra os bons princípios do metal, onde só os puros guerreiros noroegueses podem adentrar um show de heavy metal. Na minha opinião, isso é fundamental para a renovação da cena. São pessoas que jamais foram a um show e que provavelmente não iriam para o show de outra banda, mas acabam indo para o show do Angra (que é bem mais conhecido do público geral) e vendo que um show de metal não é nenhum antro de satanismo como algumas pessoas ainda acham. Isso gera futuros headbangers que estarão lotando nossos tão pouco prestigiados shows locais em algum tempo. Enfim, voltando ao show, após a parada começa a belíssima Gentle Change, cantada a plenos pulmões por 10 ou 15 pessoas e observada com cara de "que porra de música é essa?" pela maioria. O show estava próximo do fim, mas o desfile de clássicos não havia acabado. Ainda tinha lugar para a porrada Spread Your Fire, acabando com o pescoço da galera e a balada Rebirth, sempre cantada a plenos pulmões pelo público. Para encerrar, nenhuma música mais adequada que Nothing to Say, música que é regida por algum tipo de maldição que faz com que nenhum baterista, por mais foda que seja, consiga executá-la tão bem quanto seu autor Ricardo Confessori.

Resumindo, foi um show histórico. Ver o Angra de volta, cheio de vontade, Edu voltando a cantar bem, Felipe detonando no baixo, Rafael improvisando em alguns solos, Kiko Loureiro sendo Kiko Loureiro =P e Ricardo Confessori reassumindo as baquetas é simplesmente emocionante. O metal brasileiro volta a ter um representante de peso lá fora e o público tem essa banda tão importante de volta à cena.

Setlist do show:
1 - Carry On / Nova Era
2 - Waiting Silence
3 - Heroes of Sand
4 - Angels Cry
5 - Carolina IV
6 - Angels and Demons
7 - Metal Icarus
8 - The Course of Nature
9 - Make Believe
10 - Acid Rain
11 - Never Understand
12 - Gentle Change
13 - Spread Your Fire
14 - Rebirth
15 - Nothing to Say

3 comentários:

eu odeio o blogger disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
eu odeio o blogger disse...

Cara, mais um grande show para minha vida. Há três anos eu eu reclamava da morgação da cena local e agora eu torço para que o próximo show demore no mínimo 30 dias hehe. Conferi a turnê mais importante da história do power metal ( Hellish Rock), vi os gigantes do metal nacional ( Sepultura, André Matos, Angra e Shaman), outros shows fui surpreendido pelo talento de músicos que não conhecia tanto ( John Lawton e Khallice), vi um show de uma lenda ( Motorhead) e o show da maior banda de Metal de Todos os tempos.

Depois de muito tempo, meu primeiro show de verdade do Angra. Com uma banda que tocou afim de fazer valer a pena todo o sacrifício dos últimos dois anos.

Vlw a pena, só faltou o Kelvin.

Unknown disse...

Angra de volta à ativa após um bom período, junto com ricardo confessori, que volta a banda após 10 anos. Um show pra ficar na história, não há palavras para descrever...após o show do Iron, Motorhead e outras grandes bandas a nível mundial, agora foi a vez da brazuca banda de heavy metal Angra tocar em nossa capital, mais uma vitória para o povo cearense.
É isso aeh, vamos torcer para que a cena metal fique cada vez mais forte!