Eis aqui eu para comentar uma grande noite para o público headbanger de nossa cidade. Pra inicio de história, temos que falar da banda principal da noite.
O Sepultura é considerada a banda da américa latina de maior repercussão em todo universo do rock. Os anos áureos em que a banda chegou ao topo enquanto as grandes bandas da década de 80 passavam por um momento de crise deixa rastro até hoje. Com certeza, a banda é um patrimônio do público metálico do nosso país, patrimônio esse que Derick Greem, Jean Dollabela, Andreas Kisser e Paulo Xisto conservam com muita dignidade.
O evento em si já deixava qualquer banger feliz, pois finalmente um evento metálico recebia a devida atenção que merece, sendo amplamente divulgado, com mais de um ponto de vendas para ingressos e um local melhor do que o pequeno, porém necessário, metrópole shows. Infelizmente dessa vez só quem compareceu fomos Kássio e eu. Chegamos bem cedo para estacionar o carro em um local adequado. Quando chegamos, tinha mais cambistas do que público de fato, ai eu pensei: " pelo menos eles garantiram a renda do show". Logo de cara já sentimos a diferença do local do show e sua vizinhança que é bem melhor do que a do metrópole. Quando chegamos estava rolando a passagem de som da bateria e já deu pra ver que som estaria digno para um grande show. Foi nessa hora, que aconteceu uma cena bizarra. Um flanelinha, aparente bebo, fazia uma air drums muito louco e logo começamos a rir. O Bicho era o ser mais metálico do pedaço. No entanto, ele logo passou de herói pra vilão, pois ele também era cambista e tinha um jeito peculiar de vender os ingressos, parecia mais um assalto, se tornando incomodo para que estava por lá. Outra coisa diferente, foi a presença de turistas para assistir o show. Além disso, tinha um pai que levou seus dois filhos, uma menina e um menino. A menina, mais velha devia ter 15 anos e o menino uns 12. O cara realmente doutrinou a criançada. O menino tinha um cabelão que quase chegava na cintura. Com o tempo a o público foi chegando, com destaque para o pessoa que chegava nos grandes circulares completamente lotados de metaleiros. Enfim, passado um tempo, chegada a hora de entrar!
Rapaz, quando eu entrei e dei de cara com o local, falei: " caralho!!!". Não imaginava como era massa! O palco de longe é o que chama mais atenção, parecendo um cúpula como disse o kássio. Mal entramos e já começou a rolar as bandas de abertura, que se apresentavam em um palco secundário, porém com um som muito massa. E o que dizer, concreto na orelha huahua. Sepultura talvez fosse a banda mais leve da noite. As bandas locais simplesmente fizeram o terror e tocaram muito extremo. Na primeira o destaque era o vocalista, que cantou a todo gás. A propósito, essa banda tocou 15 musicas em 30 minutos. Elas eram ferozes e rápidas. Em seguida veio uma chamada A Tigger to Forget, mais ou menos isso, que executou um metalcore as vezes empolgante as vezes chato. A última música deles realmente me agradou e eles anunciaram uma turnê pelo nordeste ainda nesse semestre. Em seguida... veio uma banda vinda dos infernos, Clamus. Rapaz, eles não fizeram nenhum sacrifício lá, usavam nomes normais, mas fizeram um som extremo, que agradou nas duas primeiras músicas, recebendo aprovação da galera. Mas a terceira e quarta, foram pra deixar qualquer um surdo, muito pesadas. Saímos antes do fim da terceira com dor de cabeça. Ai ficamos sentados esperando o sepultura. Nada nos atrapalhou, já que a última banda cagou o pau.
Mas eis que chegada a hora, já havia um bom público, sem dúvidas o maior em todos shows que eu fui. Não chegou a ficar apertado, pois o local é é grande, mas havia muiita gente. E começou os gritos de sepultura... sepultura. Algo que já revela, que por não ser um som virtuoso, o conjunto prevalece sobre o individuo. O clima de show grande começou com os efeitos de luz irados e muito gelo seco. E de cara começa intro do álbum Dante XXI e seguida de dark wood of error. Essa música ficou anos luzes melhor do que a do estúdio, fazendo a verdadeira trilha sonora do apocalipse. O som estava muito bom, ouviasse cada instrumento com qualidade, num bom e alto som. Eis, que terminada a parte intro da dark wood, surge do fundo palco, correndo, o monstruoso vocalista da banda. 2 metros de altura com um rastafari quase do mesmo tamanho. Falando nele, o bicho cantou barbaridades além de ser uma figura muito emblemática em cima do palco, pulando correndo e cantando. Depois, é imendada a clássica Chaos A. D. Pronto, minha voz foi embora. Surgiu uma imensa roda no meio do público. O engraçado, é que na hora do refrão, a roda parava e galera começava a pular huahua. Depois, sem pausa, começa Convicted in Life, fazendo o público endoidar com essa música que um thrash de primeira. E assim foi, uma atrás da outra. Só depois de 20 minutos que tem interação com o público, já com todo mundo exausto. A banda teve uma boa performace de palco, com um Paulo agitando acima do normal, e o Andreas sendo possuído pelo metal. Esse cara, aliais, é muito emblemático. Bate cabeça como doido, canta bem também, além de elaborar solos frenéticos que endoidam a galera. O Baterista é um monstro, e não deixa ninguém com saudades do Igor, rápido, preciso e com uma pegada animal. O show vai seguindo com vários clássico: biotech is godzilla ( que nome escroto hehe), beneath the remains, arise, resist/ refuse. Bullet in the blue sky, fez a galera descansar um pouco mas mesmo assim agradar aos presentes. Outro momento grandiozo, foi a execução de óstia, com um derick green possuído cantando muito, e um solo de violoncelo que faz a galera se transportar. O show foi seguindo num ritmo muito bom. Uma cena engraçada, é que tinha um torcedor do ferroviário que passou o show com a camisa coral erguida, ai o andreas, que é são paulino, confundiu as camisas, e disse: " tá cheio de são paulino aqui". Voltando a música, foram várias, num ritmo alucinante. Mas o momento mor, aquele que eu esperei com tanto carinho foi a Roots Bloody Roots. Cara foi um momento mágico. Cheguei ao sexto sentido de bater cabeça. Uma imensa roda se abriu. O bom que ninguém puxava pra dentro quem não tava afim. foram intensos 4 minutos que já pagaram o ingresso. Pular e cantar roots bloody roots a plenos pulmões com a galera foi muito massa.
Um belíssimo show, talvez o melhor que eu assisti, tanto pela banda, como pela organização que fez tudo bem feito, dá gosto ver o metal ser bem tratado.Fortaleza começou bem 2008. Com um grande show e um grande público. A banda me surpreendeu, é bem melhor ao vivo do que no estúdio, faz um som pesado mas nada muito sujo, faz com que tudo fique realmente sonoro.