sábado, 23 de março de 2013

segunda-feira, 18 de março de 2013

NBB no Ceará



Foi no longínquo ano de 1996, durante os Jogos Olímpicos de Verão de Atlanta (Estados Unidos), que eu tive o primeiro contato com o basquete. Meu interesse pelo jogo onde 10 gigantes correm de um lado para o outro ora defendendo ora atacando a cesta foi instantâneo. A premissa simples foi o suficiente pra encantar o garoto de 7 anos. 

Depois de uns anos comecei a acompanhar a NBA e competições nacionais quando minha família assinou a Directv (é a nova!), porém passei a consumir o esporte com muita intensidade somente após descobrir os links na internet para assistir aos jogos. A internet deu a possibilidade de assistir qualquer jogo que eu quisesse e prontamente fique viciado no esporte.

Quando eu assistia aos jogos pela internet, me perguntava como seria acompanhar de perto, como era a atmosfera do ginásio e se o jogo era fácil de acompanhar ao vivo. Até o último sábado, dia 16, eu não saberia responder essas questões. Somente até sábado, pois fui ao primeiro jogo de basquete profissional em toda minha vida.

A realização desse desejo foi possível graças ao novo momento que o esporte vive no nosso país.

Depois de anos e anos tendo um campeonato nacional sucateado e sem visibilidade alguma, cujo comando era da bagunçada e incompetente Cofederação Brasileira de Basquete, a modalidade começou a reagir com a criação da liga nacional de basquete. Essa liga é formada diretamente pelos clubes e eles fundaram o novo basquete Brasil.

O novo campeonato não é perfeito. Ainda carece de avanços técnicos para ser de primeira linha, mas alguns progressos podem ser notados como boa uma estrutura básica nos locais das partidas, atração de patrocinadores e parceria com meios de comunicação. Ainda falta muito que fazer, mas é um progresso.

Foi esse novo cenário que motivou a fundação de uma equipe aqui no nosso estado. Somos um estado sem tradição no basquete, com um público limitado, e um campeonato local que sequer ganha notas de rodapés nos jornais. Porém isso começou a mudar no ano passado quando o técnico Alberto bial veio fazer um bate papo com crianças de alguns projetos esportivos. Naquela ocasião surgiu o embrião do que seria o Sky/Basquete Cearense e tudo se desenvolveu graças a luta de alguns amantes do esporte, do apoio da Unifor e do Governo do Estado e, especial, graças ao apoio da Sky, que bancou o projeto e montou uma equipe digna para o nosso estado.

O nome meio insosso foi devido ao receio dos dirigentes de que o clube fosse associado aos tracionais Ceará Sporting Club e Fortaleza Esporte Clube, o que seria arriscado no plano de identificação da torcida com a equipe pelas rivalidades já existente.

Mas e ai, como foi ver o jogo? Posso dizer que curti bastante.

O ginásio Paulo Sarasate recebeu alguns ajustes e apresentou uma boa estrutura para o jogo. A quadra ficou bonita, as cestas são padrão internacional e o telão dá informações bem claras do jogo. Acho que fica faltando apenas um local para garantir a acessibilidade de cadeirantes.

Ainda falando sobre a estrutura, por mais que seja muito aquém do que vemos na NBA, posso dizer que eles se preocupam em montar uma festa legal com muita música e atrações diversas, fazendo com que a espera pelo jogo não seja lá grande problema.

O ginásio recebeu um bom público se considerado que o esporte não é popular na nossa cidade. O diferencial da partida foi ver várias famílias acompanhando a partida e a ausência quase que completa de tensões como existe nas arquibancadas de futebol.

 E o jogo?                                

Bem, o jogo era entre o time local e a equipe do Palmeiras. Enquanto o Sky BC luta para conseguir as vagas nos playoffs, a equipe paulista tenta assegurar a recente reação para fugir do rebaixamento. Pra ajudar a equipe alviverde, a torcida organizada se fez presente e apoiou durante todo jogo. Já do lado cearense, apesar de não contar com torcida organizada, houve muita empolgação também.

O jogo começou equilibrado. Enquanto o time cearense variava mais as jogadas, o palmeiras dominava o garrafão com direito a muitos rebotes ofensivos. Além disso, as equipes desperdiçaram muitas posses de bolas, encerrando o primeiro quarto por 17 a 10 para os locais.

No começo do segundo quarto, a equipe paulista voltou melhor e cortou parte da vantagem. Porém o basquete cearense não se abalou e abriu uma diferença que chegou a 13 pontos em determinado momento do jogo, mas viu a folga acabar depois que estourou o limite de faltas, fazendo com que qualquer infração levasse o Palmeiras ao lance livre, ajudando a cortar a diferença. O segundo quarto terminou por 37 a 29.

No terceiro quarto, o BC voltou com tudo e incendiou a torcida. Com uma enterrada de Felipe e algumas jogadas defensivas bem executadas, a vantagem alcançou 15 pontos, a maior da partida. Porém, quem acompanha basquete sabe que isso não é muita coisa e não foi. O time cearense começou descansar algumas peça importantes e viu a vantagem cair consideravelmente.

No último quarto o Palmeiras continuou a reação e a equipe local fez o seu pior período. Com muitos erros de um lado e cestas de 3 de tiagão do outro, não deu outra: jogo empatado em 71 e prorrogação.

Na prorrogação, o ala André Goes salvou a pele do time cearense e marcou 9 dos 14 pontos da equipe na prorrogação. Um desempenho épico para marcar a primeira vez que vejo um jogo profissional.

André Góes, o herói do jogo.


De modo geral, ir a um jogo de basquete é muita massa. A cada posse de bola são gritos por defesa ou comemoração pelas cestas da sua equipe. Enterradas e tocos são motivos de delírio para os amantes do esporte. Em síntese, uma tarde inesquecível pra mim e espero que seja o primeiro de muitos.

Foto: LC Moreira (Site da Liga Nacional de Basquete)

sábado, 16 de março de 2013

Trouxe uma estrela do mar

Ainda que falasse todos os idiomas, que tivesse o mais vasto vocabulário, as palavras ainda seriam meras tentativas, aproximações, de transmitir pensamentos e sentimentos. Descreva seu afeto por alguém, ou a sensação de uma realização ou um fracasso e você muito provavelmente não terá sido preciso em intensidade, direção, profundidade. E mesmo quando acerta, o mesmo ainda vale cinco minutos depois? Sentimentos e pensamentos não respeitam a estacionariedade das palavras, são mais fluidos os pensamentos e sentimentos. Podem mudar só por tentarem ser pronunciados, estudados e analisados.
 Assim eu digo, veja os sentimentos em minhas palavras, enxergue e sinta o contexto e saberá o sentido. Mas, de qualquer forma, você sabe, acontece que algumas vezes queremos e sentimos necessidade de palavras. E sentir saudades não precisa ser o mesmo de sentir-se mal. Fico feliz de ter conhecido alguém capaz de deixar saudades, de fazer pensar, desejar, PULSAR! Importante saber suportar a própria companhia. Mas o passo seguinte é saber se somar com as demais pessoas. Evoluímos por nossa conta e evoluímos bastante em conjunto. E assim foi. Sabe-se la o que seria. Sabe-se la o que vai ser.

 Ao fim, esse texto é uma forma de dizer, te fiz uma promessa e pretendo cumprir, mais ainda, me sinto capaz de cumprir. Você, só te peço, fique bem, fique bem, fique bem. Sorria, mantenha esse brilho nos olhos e esse belo coração. Evolua.


 Eu aqui, vou bem.

Boa noite, te cuida.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Clive Burr passes away

Ontem a noite faleceu Clive Burr, ex-baterista do Iron Maiden. Clive tocou nos três primeiros albuns da banda: Iron Maiden, Killers e The Number of The Beast.

Anos mais tarde e algumas bandas depois, Burr teve diagnosticado uma doença degenerativa conhecida como esclerose multipla. Para ajudar a custear o tratamento, o Maiden fez alguns shows beneficientes.

Burr tinha apenas 56 anos. Ainda jovem para a expectativa de vida atual, mas ao menos não prolongará o sofrimento com a doença. Sua família pode ter a certeza de que enquanto houver um fã do maiden na face da terra, ele será lembrado.





quarta-feira, 6 de março de 2013

O rabugento do futebol

De uns tempos pra cá, meu prazer por acompanhar o futebol diminuiu bastante. Antes era o meu esporte favorito, mas hoje acompanho apenas o velho Ceará de perto e vejo notícias esporádicas de outros times. Não consigo ir muito além disso.

Desde que me entendo por gente, passei a acompanhar esse esporte tão popular no Brasil. Toda minha família é fanática pelo assunto, em especial pelo Ceará Sporting Club. Com o tempo peguei essa paixão e entre os meus 9 anos até os 16 eu respirava futebol de forma intensa.

Com o tempo isso esfriou bastante...

A primeira coisa que começou a encher o saco no futebol foi ver substituído o interesse pela vitória pelo interesse da não derrota. Hoje o futebol é um esporte convarde. Muito disso parte da pressão em torno das equipes e dos profissionais que fazem parte delas. Não há mais paciência para que um trabalho seja desenvolvido e a todo instante técnicos e jogadores são contratados e dispensados, fazendo com que o medo de perder o emprego seja superior a qualquer desejo por conquistas. Isso reflete diretamente nas partidas ao ver quase todas equipes optarem por esquemas defensivos, fazendo com que a partida seja uma batalha de faltas e retrancas, sendo os momentos de inspiração e beleza cada vez mais raros. É uma época onde atacantes são elogiados pq marcam a subida do lateral adversário. Ver uma final de mundial entre Chealsea e Corinthians como ano passado, dois times marcadores pouco talentosos, só atrapalha ainda mais.



Essa mentalidade de retranca e jogo físico acaba moldando o futebol de forma mais profunda do que podemos imaginar. Sob a argumentação de futebol moderno, as equipes, em especial brasileiras, cada vez mais promovem o atleta de vigor físico e poder de marcação, sendo aquele jogador de estilo leve e habilidoso cada vez mais escasso. Outro fator que prejudica o futebol é a nova mentalidade das equipes de base. Antes o foco era a revelação de talentos, sendo irrelevante os títulos. Hoje, pelo contrário, a questão do resultado já interessa e é comum ver os técnicos dessas categorias colocando suas equipes jogando de forma retrancada. O futebol brasileiro, leve e talentoso, anda se tornando o futebol cintura dura e rígido que por tanto tempo foi motivo de piadas por essas bandas do planeta.

Outro ponto que considero muito chato é o próprio torcedor. Primeiro pq as torcidas organizadas, que sob a desculpa de amor ao clube, articulam verdadeiras gangues que promovem a violência e a hostilidade nos estádios, contando com agressão de pessoas e depredação de patrimônio público e privado. Outra coisa irritante é mania de perseguição que todas as torcidas brasileiras tem, achando que todo o universo do futebol (imprensa, federação, comissão de arbitragem) conspira contra sua equipe através árbitros que se vendem ao rival. Extremamente comum a expressão "contra tudo e contra todos" quando os torcedores querem mandar a mensagem de que a equipe vai ter sucesso embora todos queiram roubar seus clubes. Sem contar o cinismo durante o jogo, com as interpretações distorcidas e memória curta quando seus times são beneficiados com algum erro da arbitragem. Ah, sem contar quando a torcida apoia seus jogadores que descem porrada no jogador de maior talento do time adversário.

Outro ponto patético são os nossos dirigentes que organizam campeonatos que fogem do bom senso. O campeonato cearense, por vontade dos clubes, tem jogos de 2 em 2 dias, fazendo com o tempo de repouso e preparação técnica seja mínimo ou inexistente, tornando o nível da competição ainda mais fraco. A maratona de jogos só faz diminuir o nível técnico. Ou que tal a Fifa vendendo sede para copa do mundo? Ou esquema de manipulação de resultados com quase 400 jogos sob suspeita?

Não podemos esquecer também a relação promiscua do poder público brasileiro com grandes equipes. Estádio privados financiados com dinheiro público do BNDS, empresas estatais patrocinando equipes e protelamento no pagamento de dívidas trabalhistas, fiscais e previdênciarias? A gente vêr por aqui. 

Por fim, outra coisa que me enche o saco é a imprensa esportiva. Afinal, Neymar é rei ou uma maçã podre? Eu faço essa pergunta pq a cada 15 dias os nossos jornalistas ou exaltam, comparando com pelé, ou esculhambam o jogador. Mas isso não fica só pra ele... A cada novo talento é um assédio sem igual, reportagens exaltando o talento e incentivando a idolatria e ao primeiro sinal de falha tudo isso cobra um cruel preço do atleta. Aqui no Ceará a nossa rádio esportiva é a ainda mais patética, onde alguns comentaristas recebem trocados para elogiar atletas, empresários e dirigentes.

Por essas e outras, apreciar o futebol tá cada vez mais difícil....