O Angra é facilmente uma das bandas mais citadas nos cinco anos de história do nosso blog. Talvez por isso eu tenha esperando mais de um dia pra começar a escrever o relato da apresentação do último domingo. Eu pensava no que poderia escrever e em que poderia acrescentar em relação ao que já foi dito por nós sobre a banda. Conseguindo ou não inovar eu sabia que não ia deixa esse show passar batido pelo blog.
Muita coisa que cercou esse show foi diferente dos anteriores. A começar pela empolgação. Antes, show do Angra era sinônimo de uma comitiva da nossa galera, as vezes passando perto das dez pessoas, como no show do retorno; até o Almah arrastava um bom número do nosso grupo. Mas dessa vez não, e o que aconteceu? Muita coisa.
Primeiramente posso citar um efeito eclipse que o Rock in Rio e a busca insana pelos seus ingressos fez que qualquer outro evento de rock fosse pensado de maneira secundária ( ou terceária, se lembrarmos de certa banda inglesa que vai passar por ai :P). Somado a isso, nós temos um show realizado num domingo, a noite, num local distante. E esse é um ponto bem chato!
A nossa cidade está totalmente desprovidade de locais para a realização de eventos de rock de médio porte. Além de ter que satisfazer as questões de espaço, a nossa cena tem que procurar lugares distantes para se refugiar da perseguição da nossa singela secretária do meio ambiente, que em vez de se preocupar com ocupações desordenadas no porto das dunas ou o massivo desrespeito do parque do cocó. Diante desse diagnóstico triste, a nossa cena encontrou na distante praia do futuro uma forma de realizar os eventos sem os incomodos de outros lugares. Mas isso tem um alto preço para o fã. A acessibilidade do local não é das melhores e piora ainda mais se for no domingo, como no caso do show em comento.
Com isso, eu demorei muito pra me empolgar com a apresentação, até certo ponto contrariado pq a galera não iria completa. A empolgação começou a crescer na semana do show quando passei a escutar a discografia da banda e relembrar tantas músicas que eu tanto adimiro e que fazem parte da trilha sonora da nossa galera.
Ao show fomos apenas o Italo e eu, sem saber ao certo como seria a volta, ao melhor estilo do show do Shaman em 2005. Ao chegar o local e ver toda pessoal esperando o show me fez ficar bem mais empolgado, empolgação esta que esfriaria com a longa espera na fila e depois dentro local do show que atrasou em uma hora e meia. Mas ao apagar das luzes e o primeiro sinal de vida da iluminação o clima de show começou a voltar.Mas ápice só veio mesmo com os primeiros segundos da introdução Vinderunt te aqua, seguida de Arise Thunder. Uma autêntica abertura de um show de metal melódico onde é despejada toda força e energia da banda, já empolgando o público e deixando todo mundo com ainda mais vontade de show. O que se viu em diante foi uma sequência de clássicos da banda intercalados com faixas da novo trabalho e é impressionante ver como a banda possui muitos clássicos e que se fosse pra tocar todos o show teria que durar uma quatro horas. Com o tempo fui me convencendo que estava finalmente presenciando o Angra com toda sua capacidade. Em 2005 tinhamos um Edu Falaschi doente e um festival despreparado para receber o metal, em 2009, no histórico show do retorno, tivemos uma apresentação mais intensa, mas que deixava transparecer que a banda ainda estava procurando o melhor entrosamento e no awake festival a acústica da casa não ajudou muito, embora nessa apresentação o clima bacana do festival deu um tempero a mais na apresentação. Mas o Angra que eu vi nesse domingo foi com os músicos em ótima forma, entrosados e bem confiantes do que deviam realizar. A montagem do show foi bem legal e fez com que as duas horas fluissem de maneira bastante agradável. Afinal, uma apresentação com Carry On, Lisbon, Heroes of Sand, Nova Era, Spread Your Fire não tem como ser ruim.
Ao final do show, uma tradional levada de covers com os instrumentos trocados. Nesse momento os destaques vão para o Felipe Andreoli que se sente extramamente a vontade atrás do set de bateria e o guitarrista altamente canastrão Ricardo Confessori.
Depois de mais de um ano do seu retorno, ainda é muito bom ver e perceber como é legal ter o Angra de volta. Toda história do grupo, qualidade de seus músicas e a capacidade do grupo em renovar a sua base de fãs é algo muito imporante para a cena, em que pese o trolls do orkut. Foi possível perceber agora, que cada vez mais o Edu Falaschi se firma como a voz do Angra depois de dez anos de contribuição e dedicação ao grupo.
Após o show, a volta foi de buzão e demorou pra caramba, especialmente no terminal. Mas voltar a viver os sufocos dos primeiros anos e com a banda favorita dos primeiros anos valeu muito a pena e na cabeça passava uma ideia: ver essa banda no Rock In Rio.
Um comentário:
Rapaz, o Angra é uma banda diferente. É uma banda que tem uma responsabilidade muito grande. Pode ter sido coincidência, mas a decadência da formação anterior veio acompanhada de uma decadência geral na cena metálica do país (tirando as permutações dos integrantes do angra e shaman, que banda boa de metal nacional surgiu de 2007 pra cá?)**.
Agora que a banda voltou, vem com a responsabilidade de ajudar a levantar de volta a cena. É animador ver um público extremamente jovem no show do Angra, quem sabe alguns ali não se animam para frequentar outros shows...
Quanto ao show em si, foi simplesmente absurdo. Os shows do ano passado ficaram parecendo ensaios perto do show de domingo. Os caras estão 100% entrosados, tocando com vontade, puxando a galera, até o kiko(!!!!) parecia empolgado. Tecnicamente também, a banda estava impecável.
Destaque total pro Falasquito, que vem melhorando gradativamente. Não se pode dizer que ele recuperou a voz da turnê Rebirth, mas com certeza o cara tá cantando muito.
**Desconsiderem a Theater da listagem
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