Como podemos notar pelas postagens mais recentes, a Copa do Mundo mexeu com a nossa vontade de emitir opinião aqui, até pq parece ser um assunto inesgotável.
O motivo para mais um post é justamente um dos assuntos levantados pelo Rafael no texto anterior: a reação negativa da opinião pública diante de mais uma eliminação da nossa seleção. Ao acessar o vídeo colocado pelo nosso nobre guitarrista eu me deparo com o expoente da comuniação brasileira Fausto Silva ( aquele que pede que seus convidados falem de maneira simplória pq o telespectador não vai entender). No vídeo, o citado apresentador afirma que o erro foi ter colocado o Dunga no comando técnico da nossa seleção.
Bem, como a memória do brasileiro é curta, achei que vale a pena traçar os principais motivos para escolha de Dunga como técnico da nossa seleção. Não que eu pense que esse texto será amplamente divulgado por toda nação e mudará a maneira de pensar do povo, mas apenas por desencargo de consciência que o tempo livre das férias me possibilita realizar.
Para entender a escolha do capitão do tetra, temos que voltar para o período após a conquista do penta campeonato.
Como já foi dito em postagem anterior, de 2002 à 2006, o futebol brasileiro viveu um momento de conquistas que não se via há muito tempo. Provavelmente o momento mais significativo após era Pelé. Logo, não é de se estranhar que a seleção brasileira era, de longe, a mais badalada da Copa da Alemanha. Isso tudo foi um prato cheio para os interesses da mídia brasileira, que desejava explorar ao máximo a imagem dos astros do futebol brasileiro, e dos gananciosos dirigentes da CBF que viam na nossa seleção uma fonte inesgotável de lucro. Tudo isso resultou num calderão que envolvia entrevistas exclusivas com jogadores, treinos televisionados e com arquibancadas cheias de fãs histéricos, e presença de humoristas no concentração brasileira. Tudo isso pode ser relembrado com apenas um clique nesse link: Leia aqui uma crônica do absurdo, engraçado e lucrativo em Weggis.
O resultado de todo esse carnaval foi uma seleção preguiçosa, fora de forma e desfocada com o objetivo de conquistar a Copa do Mundo. Alguns jogadores pesavam mais de 100 kilos, outros se queixavam do fato de perder as férias, outros já não tinha condições físicas de atuar pela seleção mas eram mantidos de forma inquestionável devido ao seu prestígio. Graças a um caminho recheado de adversários fraquíssimos, conseguimos alcançar as quartas de finais, até que sucumbimos ao talento de Zidane mais uma vez. Consigo me lembrar com uma memória cristalina as principais palavras da imprensa para condenar mais uma eliminação: o problema não é perder, mas sim perder sem lutar nem se esforçar. Falou-se muito que os astros do futebol brasileiro tinham perdido o amor pela camisa amarela.
A partir dessa eliminação, o lema do imprensa e da CBF era de resgatar essa paixão de jogar pela seleção e o respeito do torcedor. Acreditava-se que se nossa seleção igualasse as outras na vontade, o talento teria espaço para fazer a diferença. O primeiro alvo da nossa Confederação foi o então técnico da Seleção Portuguesa Luís Felipe Scolari, penta campeão com a nossa seleção. Este, visando a consolidação de uma carreira internacional e contando com um salário de proporções estratosféricas, recusou voltar para o Brasil. A partir daí surgiu o surpreendente nome de Dunga para pôr ordem na casa.
A primeira ação de Dunga foi afastar alguns medalhões da seleção como Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo e deixar na reserva outros nomes como Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Adriano. O que Dunga queria é que esses jogadores mostrassem para ele e para o povo que podiam dar a volta por cima e ver a seleção como uma conquista, uma realização pessoal, e não apenas uma cadeira cativa para ataques de estrelismo. Logo de cara essa medida gerou a antipatia de muita gente que queria ver uma seleção com os seus astros, até pq assim dá mais dinheiro.
O que ocorreu nesses quatro anos fooi uma seleção de técnica menos apurada, mas guerreira como há muito não se via. Infelizmente, no nosso futebol, são poucos os jogadores gêniais que vestem também a camisa dos esforçados e guerreiros. Kaká e Robinho são dois exemplos de talentos que adotaram o espírito guerreiro e brilharam pela seleção nesses anos. Infelizmente nem todos embarcaram nessa idéia, como Ronaldinho Gaúcho e Adriano ( lembrando, os dois tiveram várias chances). Claro que Dunga cometeu seus erros, como convocações injustificáveis envolvendo Kleberson ( reserva do Flamengo) e Doni ( reserva do Roma, cujo titular é outro brasileiro), Michel Bastos ( que atua de meia direita no Lyon para ser o lateral esquerdo), mas isso não justifica o massacre que ele vem sofrendo.
Porém, a fórmula do técnico Dunga não foi suficiente para ganhar a Copa. Se lembram daquela frase feita tão comum após a eliminação de 2006 que diz que feio é perder sem lutar? Pois dessa vez perdemos lutando, mas nem por isso essa seleção foi menos insultada do que a anterior. Para impressa brasileira, que forma a opinião do grande público, a derrota da nossa seleção sempre será motivo para uma nova caça às bruxas, por culpados e bodes expiatórios, novos vilões, inimigos públicos brasileiros. No Brasil, nunca haverá reconhecimento para aqueles que perdem em uma copa do mundo, só o título pode assegurar a dignidade do atleta. Talvez seja por isso que a nossa seleção não ousava, talvez seja por isso que os nossos jogadores tenha mentrado em desespero com os gols holandeses, pois eles sabiam que uma derrota da seleção não é encarada como apenas um insucesso esportivo mas como uma tragédia nacional ( quem teve mais espaço na impressa: as enchentes no nordeste ou a eliminação da nossa seleção?)
Após toda essa turbulência, as atenções se voltam para a próxima Copa do Mundo que será realizada no nosso país. Desde já, é opinião dominante de que ganhar a próxima copa é obrigação da nossa seleção, não sendo permitido nenhum resultado diverso. Devido a isso, eu já começo a pensar de maneira diversa, pois simplismente não há nenhuma condição de realizar um trabalho sério e paciente para se montar uma boa equipe. Tudo o que eu vejo é um ambiente turbulento propício a uma crise dentro da nossa seleção.
Espero estar errado, até pq sou apaixonado por Futebol.
O motivo para mais um post é justamente um dos assuntos levantados pelo Rafael no texto anterior: a reação negativa da opinião pública diante de mais uma eliminação da nossa seleção. Ao acessar o vídeo colocado pelo nosso nobre guitarrista eu me deparo com o expoente da comuniação brasileira Fausto Silva ( aquele que pede que seus convidados falem de maneira simplória pq o telespectador não vai entender). No vídeo, o citado apresentador afirma que o erro foi ter colocado o Dunga no comando técnico da nossa seleção.
Bem, como a memória do brasileiro é curta, achei que vale a pena traçar os principais motivos para escolha de Dunga como técnico da nossa seleção. Não que eu pense que esse texto será amplamente divulgado por toda nação e mudará a maneira de pensar do povo, mas apenas por desencargo de consciência que o tempo livre das férias me possibilita realizar.
Para entender a escolha do capitão do tetra, temos que voltar para o período após a conquista do penta campeonato.
Como já foi dito em postagem anterior, de 2002 à 2006, o futebol brasileiro viveu um momento de conquistas que não se via há muito tempo. Provavelmente o momento mais significativo após era Pelé. Logo, não é de se estranhar que a seleção brasileira era, de longe, a mais badalada da Copa da Alemanha. Isso tudo foi um prato cheio para os interesses da mídia brasileira, que desejava explorar ao máximo a imagem dos astros do futebol brasileiro, e dos gananciosos dirigentes da CBF que viam na nossa seleção uma fonte inesgotável de lucro. Tudo isso resultou num calderão que envolvia entrevistas exclusivas com jogadores, treinos televisionados e com arquibancadas cheias de fãs histéricos, e presença de humoristas no concentração brasileira. Tudo isso pode ser relembrado com apenas um clique nesse link: Leia aqui uma crônica do absurdo, engraçado e lucrativo em Weggis.
O resultado de todo esse carnaval foi uma seleção preguiçosa, fora de forma e desfocada com o objetivo de conquistar a Copa do Mundo. Alguns jogadores pesavam mais de 100 kilos, outros se queixavam do fato de perder as férias, outros já não tinha condições físicas de atuar pela seleção mas eram mantidos de forma inquestionável devido ao seu prestígio. Graças a um caminho recheado de adversários fraquíssimos, conseguimos alcançar as quartas de finais, até que sucumbimos ao talento de Zidane mais uma vez. Consigo me lembrar com uma memória cristalina as principais palavras da imprensa para condenar mais uma eliminação: o problema não é perder, mas sim perder sem lutar nem se esforçar. Falou-se muito que os astros do futebol brasileiro tinham perdido o amor pela camisa amarela.
A partir dessa eliminação, o lema do imprensa e da CBF era de resgatar essa paixão de jogar pela seleção e o respeito do torcedor. Acreditava-se que se nossa seleção igualasse as outras na vontade, o talento teria espaço para fazer a diferença. O primeiro alvo da nossa Confederação foi o então técnico da Seleção Portuguesa Luís Felipe Scolari, penta campeão com a nossa seleção. Este, visando a consolidação de uma carreira internacional e contando com um salário de proporções estratosféricas, recusou voltar para o Brasil. A partir daí surgiu o surpreendente nome de Dunga para pôr ordem na casa.
A primeira ação de Dunga foi afastar alguns medalhões da seleção como Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo e deixar na reserva outros nomes como Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Adriano. O que Dunga queria é que esses jogadores mostrassem para ele e para o povo que podiam dar a volta por cima e ver a seleção como uma conquista, uma realização pessoal, e não apenas uma cadeira cativa para ataques de estrelismo. Logo de cara essa medida gerou a antipatia de muita gente que queria ver uma seleção com os seus astros, até pq assim dá mais dinheiro.
O que ocorreu nesses quatro anos fooi uma seleção de técnica menos apurada, mas guerreira como há muito não se via. Infelizmente, no nosso futebol, são poucos os jogadores gêniais que vestem também a camisa dos esforçados e guerreiros. Kaká e Robinho são dois exemplos de talentos que adotaram o espírito guerreiro e brilharam pela seleção nesses anos. Infelizmente nem todos embarcaram nessa idéia, como Ronaldinho Gaúcho e Adriano ( lembrando, os dois tiveram várias chances). Claro que Dunga cometeu seus erros, como convocações injustificáveis envolvendo Kleberson ( reserva do Flamengo) e Doni ( reserva do Roma, cujo titular é outro brasileiro), Michel Bastos ( que atua de meia direita no Lyon para ser o lateral esquerdo), mas isso não justifica o massacre que ele vem sofrendo.
Porém, a fórmula do técnico Dunga não foi suficiente para ganhar a Copa. Se lembram daquela frase feita tão comum após a eliminação de 2006 que diz que feio é perder sem lutar? Pois dessa vez perdemos lutando, mas nem por isso essa seleção foi menos insultada do que a anterior. Para impressa brasileira, que forma a opinião do grande público, a derrota da nossa seleção sempre será motivo para uma nova caça às bruxas, por culpados e bodes expiatórios, novos vilões, inimigos públicos brasileiros. No Brasil, nunca haverá reconhecimento para aqueles que perdem em uma copa do mundo, só o título pode assegurar a dignidade do atleta. Talvez seja por isso que a nossa seleção não ousava, talvez seja por isso que os nossos jogadores tenha mentrado em desespero com os gols holandeses, pois eles sabiam que uma derrota da seleção não é encarada como apenas um insucesso esportivo mas como uma tragédia nacional ( quem teve mais espaço na impressa: as enchentes no nordeste ou a eliminação da nossa seleção?)
Após toda essa turbulência, as atenções se voltam para a próxima Copa do Mundo que será realizada no nosso país. Desde já, é opinião dominante de que ganhar a próxima copa é obrigação da nossa seleção, não sendo permitido nenhum resultado diverso. Devido a isso, eu já começo a pensar de maneira diversa, pois simplismente não há nenhuma condição de realizar um trabalho sério e paciente para se montar uma boa equipe. Tudo o que eu vejo é um ambiente turbulento propício a uma crise dentro da nossa seleção.
Espero estar errado, até pq sou apaixonado por Futebol.
Um comentário:
Cara, temo muito que a proxima seleção seja uma selação da globo, e da imprensa de uma forma geral. Uma seleção que venha com o objetivo de ter que jogar bonito, de ter que jogar com um sorriso no rosto.
E ainda tem isso de vamos colocar jogadores novos, por que outras seleções fizeram isso e deu certo.
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