quinta-feira, 3 de julho de 2014

Um rasgo de poesia

É preciso escrever, pois não cabe internamente toda a poesia e prosa que causa convulsão, indigestão, visão turva e idéias tortas. É preciso dar vazão, pois se um rio sangra, imagine o que acontece nesta torrente vermelha que bombeia e explode.

Demoro pra aprender sobre o lado artesanal da vida. O que me parece envolve-la por completo. Tentativa e erro. Fórmulas e regras são fumaça ao vento, se dissipam justamente ao serem formuladas. Caminhar, errar, tropeçar, cair. E sempre que possível, consertar.

Hoje pela manhã a surpresa foi ver que o horizonte não existia. O céu e o mar concordaram em perfeição em seu humor, ocultaram a linha desafiante do horizonte e sussurraram: Você consegue escrever sem ver as linhas? Guiar-se sem ver o norte? Se não, você consegue arriscar?


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