quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Quem é o Ego e porque ele tem que morrer?

Informação importante pra começar. Esse é um texto de alguém com pouco conhecimento sobre o assunto, apenas movido pela curiosidade, questionamentos, desejo de compreensão e pesquisando em algumas conversas, livros e textos. O objetivo maior, é procurar entender melhor o assunto. Assim dito, vamos em frente.

Alguns formas de pensar oriundas do Budismo tem me interessado. Ensinamentos que buscam uma maior harmonia do ser, consigo e com o ambiente que o cerca, lições de calma, humildade e auto conhecimento. Um tema que tem sido recorrente nas minhas parcas leituras, é a busca do Tao, que é traduzido como O Caminho. Não me parece ser bem algo que eu consiga explicar de forma clara e correta o que seja. Parafraseando Ellen Kei Hua "Toda meditação e todo exercício espiritual conduzem ao Caminho. O Caminho não implica a paz somente durante a prática meditativa; aplica-se a paz no âmbito geral dos seus afazeres cotidianos".




Aproveitando ainda pra fazer outra citação da mesma autora:
"O Caminho é encontrar a meditação e a paz em tudo o que fizeres, seja cortar a grama, tocar um instrumento, olhar as estrelas, construir uma casa. Enquanto te achares a fazer qualquer coisa determinada, o melhor é ter prazer nisso. Não penses naquilo que poderia estar fazendo. Pensa no que está fazendo e fica em paz consigo mesmo. Procedendo deste modo, encontrarás a paz interior. Este é o objetivo de qualquer prática meditativa."

Até neste entorno tenho encontrado vários ensinamentos que acho valorosos e que valem bastante buscar inserir na vida. 

Os meus questionamentos, talvez quanto a validade pessoal, e sobre se é esse o caminho que desejo buscar,  nascem quando entramos em embate com o famoso Ego
Ao que entendi até o momento, o budismo ensina que todos nossos sofrimentos são provenientes do desejo. E que a vida como conhecemos leva inevitavelmente ao sofrimento. Assim sendo o objetivo maior, seria sair do ciclo de nascimento e renascimento, para atingir um estado de não existência. Vejamos a seguintes passagens:

"Para aquele que atingiu o Tao e é o mestre do seu Ego, o Universo ficará dissolvido.
Ainda que se encontre na companhia de gente agitada e agressiva, ele será como a flor do loto a desabrochar-se na água enlameada, que é tocada, mas não se suja"

"Com a profunda realização de ti mesmo atuas sobre o Universo com vibrações sutis e permanece fora do alcance do fluxo e refluxo dos acontecimentos."

Perceba que há uma sabedoria interessante nessas passagens. Mas eu me pergunto, se apesar de seria um caminho a ser procurado, esse de procurar se livrar de todo desejo. 
Digamos o exemplo do cara que segue a vida como um eterno filho da inércia. Pra onde ele acende a placa, ele obedece sem pestanejar, pois aquele é obviamente o caminho a seguir. E digamos que este indivíduo está numa boa numa falta de sentimentos de fato, como se nada despertasse algo mais vivo dentro dele (espero ter sido claro). E ae este indivíduo entra em um relacionamento (exemplo clássico né?) e passa a ter emoções intensas, ou mesmo não tão intensas, mas reais. De fato algo que desperta esse lado adormecido. Tudo ótimo, melhor que pão com requeijão numa tarde com um bom filme. Acontece que, eventualmente, tudo vira merda e este indivíduo citado, passa por um grande sofrimento. Quando falo grande, me refiro a de fato um sofrimento grande.
Mas eu ainda assim me pergunto, valeria mais a pena ter evitado passar por toda a experiência? Por ter saído de um estado dormente ao mundo, para essa outra sensação que talvez você mesmo conheça, não faz mais sentido? Se bem que fazer sentido acho que não é bem a questão.

Acho que daqui pra frente gostaria de escutar uma idéia trabalhada em outra mente. Fica o convite então.



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Lincoln



Já é costume em toda virada de ano as pessoas fazerem promessas de que vão fazer ou deixar de fazer tal coisa. Eu, normalmente, não prometo nada, pois raramente cumpro, mas fiz uma para 2013: movimentar mais o querido blog. Não que ele seja super movimentado e que vá mudar a vida de milhares de pessoas, apenas pq eu gosto deste espaço mesmo.

Antes de vim postar eu fiquei matutando um tema na minha cabeça para escrever no post e algumas coisas surgiram, mas acabei optando pela mais fácil: No caso, escrever a minha opinião sobre o filme Lincoln, de Steven Spilberg, e algumas coisinhas mais.

obs: não sou critico de cinema, logo tudo vai na base do que eu achei mesmo.
Então vamos...

Inicialmente, eu pretendia assistir o filme no Shopping Iguatemi, porém acabei mudando de ideia após uma rápida passagem por lá, onde encarei um engarrafamento dentro do estacionamento com direito a dezenas de motoristas estressados descontando tudo nas buzinas de seus amados carros. Com isso acabei mudando de ideia e fui assistir ao filme no Via Sul, o que acabou valendo a pena nesse aspecto, pois foi consideravelmente mais calmo.

Toda vez que vou ao cine do via sul eu fico meio apreensivo. Algumas salas são boas e modernas, outras fizeram do jeito que dava. No caso eu assisti ao filme na sala 6 e me deparei com aquelas salas mais ou menos, com as cadeiras descascando e a projeção meio fora de foco e etc. Já enfrentei problema semelhante quando fui assistir o Hobbit no Iguatemi, onde alguns pontos pretos apareciam na projeção.

Agora, talvez alguém se pergunte por que eu escolhi Lincoln? Bem, primeiro pq tinha ouvido falar bem do filme e segundo pq eu me interesso bastante por história. Logo, esse filme me chamava a atenção desde que foi lançado.

O filme começa com uma cena interessante onde Lincoln relata um sonho que teve. Um sonho que, como qualquer um, trás muitas metáforas. Qnd vi isso eu me empolguei um pouco pq imaginei q o filme poderia dar uma visão densa deste famoso personagem, o que poderia tornar as coisas mais instigantes. Porém, já na cena seguinte, a mulher de Lincoln faz toda a interpretação do sonho com a mesma facilidade com a qual eu preparo um Nescau, o que me fez perceber que o filme seria mastigado, dentro do possível é claro, para o grande público, em vez de estimular a compreensão do personagem sobre toda película.

Depois disso o filme se arrastar por 140 minutos mostrando a luta do finado presidente americano durante os 30 dias que antecederam a aprovação da emenda da abolição.

Acho q o principal pecado do filme foi suavizar muito a história fazendo com que o fato mostrado perdesse muito da sua força e seriedade. Por exemplo, nas cenas em que aliados de Lincoln vão atrás de subornar seus adversários para que votem a favor do presidente, Spilberg dá uma dinâmica digna de sessão da tarde com sequencias “engraçadas” e trilha sonora animadinha. Outras partes chatas são quando o presidente vai falar algo e entra uma trilha sonora com piano para mostrar ao público que aquilo é algo bonito de ouvir. Outras partes desnecessárias que eu achei foram as cenas esporádicas que o diretor tenta lembrar que a escravidão era cruel com a mesma profundidade de uma novela da seis da globo. Se for pra mostrar, que seja de forma mais real e convincente. Além disso o filme deixa algumas partes pouco explicadas.

O filme é um desperdício completo? Não! Primeiro porque o ator que interpreta da um show de como entrar no personagem. Eu sinceramente fiquei impressionado, embora eu ache que em Sangue Negro o Daniel Day Lewis me surpreendeu mais (e pensar que quando eu era criança meu irmão advogava a tese de que o Daniel era o pior ator de Hollywood rsrs). Dos outros atores, eu gostei mais da Sally Field do que o Tommy Lee Jones, embora tudo mundo elogie mais esse último. Outra coisa que gostei é que mostrou bastante os debates e as estratégias dos deputados para aprovar ou vetar a 13ª emenda. O fato de mostrar a questão do suborno dos parlamentares, apesar de suavizada, trás alguns méritos ao filme, pois podemos ver as raízes do mensalão hehe.

No mais é isso. Recomendo o filme? Se você gosta de história e política como eu, sim. Pois apesar do filme não ser uma obra prima na minha visão, passei uns dois dias pensando nele, mais pelo fato que ele relata do que pelos méritos da película. Caso não curta isso, pode deixar o filme passar e buscar outra opção.