terça-feira, 18 de outubro de 2011

sobrevivientes



Em uma postagem pretérita, eu prometi que assim que a minha lista de afazeres na faculdade aliviasse, eu voltaria para contar como foi a viagem para Buenos Aires que fizemos em setembro último para conferir o show do Red Hot Chili Peppers.

Então, vamos deixar de papo furado e partir para os relatos.

Bem, como a minha cabeça não consegue pensar em nada melhor para iniciar o presente texto, eu vou começar explicando, se é que existe justificativa hehe, a minha insanidade de ir para outro país para assistir uma banda que eu já assistiria de qualquer jeito :P.

Assim como no colégio, na Faculdade existiu a feliz coincidência de que os meus dois melhores amigos por lá também fossem admiradores do som dos Red Hot Chili Peppers. Um deles, o André, foi rápido garantiu o lugar dele no Rock in Rio. E outro dormiu no ponto e perdeu a chance de ir para o festival, este conhecido como Maurício.

Ocorre que no primeiro semestre deste ano, Blackie Dammet, o pai do vocalista Anthony Kiedis, deixou vazar que a banda iria aproveitar a vinda para o Rio de Janeiro e faria uma turnê pela América do Sul, reacendendo as esperanças de quem estava sem ingresso. Além da questão dos ingressos, ver um show dos peppers em outro país era como uma espécie de desejo comum alimentado pelos fãs mais fanáticos, geralmente freqüentadores do fórum Rhcp Brasil.

Pois bem, foi nessa onde de empolgação dos fãs mais fervorosos junto com a chance do meu compadre de faculdade que eu queimei o dinheiro que vinha juntando e parti para Buenos Aires para ver os chili peppers pela primeira vez na minha vida, uma semana antes do Rock in Rio.

Ao melhor estilo sigam-me os bons, embarcaram na viagem Kassão, Maurício e Yuri, partindo de Fortaleza para Buenos Aires.

As passagens e os ingressos foram adquiridos em julho. As primeira foram graças a uma maravilhosa promoção da Gol em que pagamos apenas 50 reais na volta. Já os ingressos foram comprados para serem sacados lá mesmo, saindo bem mais barato do que os preços praticados em São Paulo.

Saímos de Fortaleza na madrugada do dia 14 para o dia 15 de setembro, após o super chato jogo do Brasil contra a Argentina. Na ida, começamos a pagar o preço físico da promoção, que era nada menos três escalas até o destino final. Em São Paulo trocarmos de aeronave, e em Curitiba e Assunção (Paraguai) nós fizemos apenas escalas.

Na viagem, aproveitei para observar as cidades. A princípio, tudo ficou me parecendo cidade interiorana após sobrevoar a gigantestca São Paulo, especialmente a capital paraguaia, que tem quase todas as suas vias de trânsito feitas de terra vermelha, tendo poucas asfaltadas, algo que me deixou meio surpreso.

Ao chegar na Argentina, tivemos que passar pelo controle de imigração, onde entregamos um formulário que deveria constar informações pessoais e sobre o tempo que passaríamos no país deles. Passado esse primeiro momento burocrático, nós trocamos dinheiro no próprio aeroporto, em um local chamado Banco de La Nación, que tinha sido indicado por todas as pessoas que perguntamos aqui em Fortaleza.

De lá pegamos um taxi para Buenos Aires que não custou muito caro. Logo na ida, passamos por uma rodovia que parecia o sonho de qualquer motorista cearense, bem asfaltada e com muito verde ao redor, o que causou uma boa primeira impressão.

Chegando ao hotel, que ficava na Av. de Mayo, a primeira avenida da cidade, eu tive uma agradável surpresa, pois tinha mentalizado um canto bem caído devido ao preço que foi cobrado. Após resolver mais essa burocracia foi só descansar.

Horas depois, já com as baterias recarregadas, partimos para desbravar um pouco da cidade naquela primeira noite. Acabamos parando em alguns bares para beber uma coisa e espantar o vento frio e continuamos andando pela cidade, especialmente as avenidas 9 de julho, onde visitamos o obelisco, e a avenida corrientes, que é repleta de locais para comer e teatros. Falando teatros, foi uma grande diferença em relação a nossa cidade, pois são realmente muitos estabelecimentos e os argentinos formam filas para assistir. No meio das andanças, acabamos parando numa pizzaria lá e depois em um pub temático sobre futebol, que tinha muitas camisas autografadas e réplicas das taças mais importantes do futebol. Lá, o cara foi super gente fina e botou Raça Negra pra tocar. (nenhum de nós gostamos da banda, mas o cara se esforçou para agradar.) 

 
Após isso, a hora já se fazia tarde, algo próximo da meia noite, e voltamos andando para hotel, o que foi uma sensação boa já que você se sente no pleno exercício do direito de ir e vim, podendo se locomover sem medo, ao contrário do que ocorre por aqui ( na verdade, só fomos apresentados ao Barra Pesada argentino perto de voltar, ai já tinha dado pra curtir a cidade sem medo :D)


Na sexta-feira, tínhamos uma missão em mente: sacar os ingressos. Mas para entender a história em todos os seus nuances, é necessário apresentar os recepcionistas do hotel.

Ao todo eram três recepcionistas. O Juan, que era o cara que sempre dava as informações certas, o Jorge  era o cara que sempre dava as informações furadas e o outro lá era completamente inútil, tanto que a gente nem descobriu o nome dele.

Mas continuando... Para o nosso azar, no dia de sacar os ingressos, quem estava na recepção era o Jorge, ou como apelidamos nos dias seguintes, o Jorgito de La mutreta, e o cara só fez complicar nossa vida. A nossa pergunta tinha sido simples e direta: mostramos o endereço e uma cópia do Google maps e perguntamos como poderíamos chegar ao local desejado. Só que o cara preferiu enrolar a dá a informação. Ele alegou que o local era muito longe, fora de Buenos Aires, e que se fossemos de ônibus perderíamos o dia e se fossemos de taxi ficaríamos liso. Só que ele falou que não precisávamos nos preocupar que ele tinha um amigo que poderia ajudar a gente, pois ele era um representante da ticket master. Ai, o tal Jorge escreveu o endereço pra gente e lá fomos atrás desse dito representante. No fim das contas, tivemos que andar um bocado e acabamos conhecendo umas partes menos gloriosas da capital argentina, até que chegamos ao dito local, que só encontramos pq ele tinha escrito o nome, já o endereço tava errado. Chegando lá, o cara disse que não poderia sacar os ingressos, mas que podia vender outros (detalhe, os ingressos estavam esgotados, logo o cara tava dando uma de cambista). Prontamente dispensamos o gaiato e partimos por conta própria para o endereço que tinha pegue no site. Mas, chegar até lá foi uma aventura. Descobrimos que poderíamos ir de trem e que seria rápido e barato. Daí, o esquema foi saber chegar até a estação, o que foi maior sufoco já que muita gente negava ou dava informação imprecisa até que encontramos um velhinho que salvou nossa pele e nos ensinou tudo.

Chegando na estação de trem, pagamos as passagens, que era um pouco mais de 50 centavos de real, e partimos para San Martin. O lado bom de toda essa ralação, foi poder conhecer um pouco da realidade da cidade e do cotidiano do seu povo, não limitando a viagem a visitar pontos turísticos. No trem por exemplo, conhecemos dois músicos de rua, que tocavam uma belíssima música que falava sobre sobrevivência.

Ao chegar a San Martin, nos deparamos com uma cidade mais simples, mas que parecia ser organizada. Andamos e andamos até que encontramos os benditos ingressos. Com os ingressos na mão (ou melhor, na minha mochila hehe), nos pusemos a voltar para Buenos Aires. Na volta, ainda presenciamos uma correria devido a uma briga de rua que envolvia uns adolescentes por lá, mas depois de uma tensão inicial tudo se acalmou.

Já em Buenos Aires, fomos almoçar e voltamos para o Hotel, onde fizemos questão de esfregar na cara do recepcionista toda nossa raça cearense de pegar ônibus e trem e ir para outra cidade, apenas na velha cara dura hehe.

Lá, descansamos um pedaço, e fomos para uma rua que é algo semelhante à 25 de Março em São Paulo. Lá nós vimos muitas coisas, mas nada que chamasse minha atenção, ao contrário do que ocorria com os que me acompanhavam. A parte mais bacana nessa saída foi conhecer um centro comercial que foi organizado em um prédio antigo, que tinha um projeto arquitetônico muito bonito. Ainda tive o prazer de ver em um quiosque que vendia CDs muitas bandas como Beatles e Pink Floyd organizadas ao lado de um cd do Sepultura (do Brasil... 1... 2... 3... hehe), o que bateu um orgulho da banda.

Vai pra lá e vai pra cá, acabamos a visita nesse bairro com altas doses de cafeína no Starbucks, tudo pra ter mais fôlego e não querer dormir.

De volta ao hotel, descansamos um tantim e partimos em busca de um local que fosse interessante a noite. Todavia, o recepcionista era o cara que não sabia de porra nenhuma, aquele que sequer sei o nome, e tivemos que aprender tudo na marra, o que incluiu muita caminhada e descer na parada errada. Quando enfim encontramos um local interessante, no caso uma "praça" com muitos bares, paramos para jogar uma sinuca e descontrair um pouco. Mas o que não esperávamos é que no mesmo dia, a seleção argentina de Rúgbi faria sua estréia no campeonato mundial do esporte, o que fez com que a patrocinadora oficial, a cerveja quilmes, lançasse uma promoção de paga uma leva duas, o que foi muito apreciado por nós! :P


Saindo da sinuca, rodamos e rodamos em busca de algo diferente, mas tudo que encontrávamos eram bares com gente assistindo no jogo. No fim da noite, fomos para o club serrano, talvez o bar mais desanimado que já vi, o que acabou encaixando com o meu perfil. No fim das contas, o tédio era afogado na cerveja.

Saindo desse club serrano, já depois das 1 da manhã, começamos a andar pelo bairro e acabamos encontrando um local dedicado à música brasileira, mas sequer entramos já que estava rolando Meteoro da Paixão do Luan Santana.

No outro dia, partimos para fazer o tradicional turismo pela cidade. Conhecemos a sede do banco La Nacion, o Café Tortoni, um teatro centenário, o congresso nacional, o monumento de dom Quixote e linha A do metrô de Buenos Aires (que foi construída em 1908, sendo vagão com um acabamento bem antigo, de madeira e sem janelas. Old school hehe)



Depois disso tudo, partirmos rumo à um bairro que tem vária outlets, que são lojas que fazem uma porrada de queima de estoque. Como eu não sou fissurado muito nessas coisas, o fato mais marcante pra mim foi quando cruzamos com uma caravana de torcedores do River Plate, que ia para um jogo da equipe, e posso dizer que foram momentos de tensão, já que eles eram bem hostis e ameaçavam a todos que passavam pelo seu caminho, apesar da presença da polícia por perto.

No mesmo dia, já no fim da noite, fomos decididos a experimentar um autentico churrasco argentino e conseguimos, embora tenha doido no bolso.


No domingo, tivemos total foco no show, então esse dia fica melhor retratado nessa postagem aqui.

Na segunda, já cansados e despejados pelo hotel, vagamos pela cidade, comemos o famoso super Pancho e vagamos sem rumo pela cidade, até chegar a hora de ir para o aeroporto.


Já no aeroporto, foi só esperar pela hora de voltar, o que ainda deu certa tensão, pq o local carece de monitores com informação dos vôos.

Enfim, acho que foi isso.

Foi muito interessante conhecer uma nova cultura e mudar um pouco a rotina, especialmente tendo um show dos chili peppers para ir no domingo.

Um comentário:

Rafael (K) disse...

Q maaaaassa cara!!! Ver esse relato aumenta ainda mais a minha sede de conhecer outros locais!

Muito foda conhecer outra cultura, e ainda mais com uma causa boa como assistir o show dos chili peppers :D