terça-feira, 18 de outubro de 2011

sobrevivientes



Em uma postagem pretérita, eu prometi que assim que a minha lista de afazeres na faculdade aliviasse, eu voltaria para contar como foi a viagem para Buenos Aires que fizemos em setembro último para conferir o show do Red Hot Chili Peppers.

Então, vamos deixar de papo furado e partir para os relatos.

Bem, como a minha cabeça não consegue pensar em nada melhor para iniciar o presente texto, eu vou começar explicando, se é que existe justificativa hehe, a minha insanidade de ir para outro país para assistir uma banda que eu já assistiria de qualquer jeito :P.

Assim como no colégio, na Faculdade existiu a feliz coincidência de que os meus dois melhores amigos por lá também fossem admiradores do som dos Red Hot Chili Peppers. Um deles, o André, foi rápido garantiu o lugar dele no Rock in Rio. E outro dormiu no ponto e perdeu a chance de ir para o festival, este conhecido como Maurício.

Ocorre que no primeiro semestre deste ano, Blackie Dammet, o pai do vocalista Anthony Kiedis, deixou vazar que a banda iria aproveitar a vinda para o Rio de Janeiro e faria uma turnê pela América do Sul, reacendendo as esperanças de quem estava sem ingresso. Além da questão dos ingressos, ver um show dos peppers em outro país era como uma espécie de desejo comum alimentado pelos fãs mais fanáticos, geralmente freqüentadores do fórum Rhcp Brasil.

Pois bem, foi nessa onde de empolgação dos fãs mais fervorosos junto com a chance do meu compadre de faculdade que eu queimei o dinheiro que vinha juntando e parti para Buenos Aires para ver os chili peppers pela primeira vez na minha vida, uma semana antes do Rock in Rio.

Ao melhor estilo sigam-me os bons, embarcaram na viagem Kassão, Maurício e Yuri, partindo de Fortaleza para Buenos Aires.

As passagens e os ingressos foram adquiridos em julho. As primeira foram graças a uma maravilhosa promoção da Gol em que pagamos apenas 50 reais na volta. Já os ingressos foram comprados para serem sacados lá mesmo, saindo bem mais barato do que os preços praticados em São Paulo.

Saímos de Fortaleza na madrugada do dia 14 para o dia 15 de setembro, após o super chato jogo do Brasil contra a Argentina. Na ida, começamos a pagar o preço físico da promoção, que era nada menos três escalas até o destino final. Em São Paulo trocarmos de aeronave, e em Curitiba e Assunção (Paraguai) nós fizemos apenas escalas.

Na viagem, aproveitei para observar as cidades. A princípio, tudo ficou me parecendo cidade interiorana após sobrevoar a gigantestca São Paulo, especialmente a capital paraguaia, que tem quase todas as suas vias de trânsito feitas de terra vermelha, tendo poucas asfaltadas, algo que me deixou meio surpreso.

Ao chegar na Argentina, tivemos que passar pelo controle de imigração, onde entregamos um formulário que deveria constar informações pessoais e sobre o tempo que passaríamos no país deles. Passado esse primeiro momento burocrático, nós trocamos dinheiro no próprio aeroporto, em um local chamado Banco de La Nación, que tinha sido indicado por todas as pessoas que perguntamos aqui em Fortaleza.

De lá pegamos um taxi para Buenos Aires que não custou muito caro. Logo na ida, passamos por uma rodovia que parecia o sonho de qualquer motorista cearense, bem asfaltada e com muito verde ao redor, o que causou uma boa primeira impressão.

Chegando ao hotel, que ficava na Av. de Mayo, a primeira avenida da cidade, eu tive uma agradável surpresa, pois tinha mentalizado um canto bem caído devido ao preço que foi cobrado. Após resolver mais essa burocracia foi só descansar.

Horas depois, já com as baterias recarregadas, partimos para desbravar um pouco da cidade naquela primeira noite. Acabamos parando em alguns bares para beber uma coisa e espantar o vento frio e continuamos andando pela cidade, especialmente as avenidas 9 de julho, onde visitamos o obelisco, e a avenida corrientes, que é repleta de locais para comer e teatros. Falando teatros, foi uma grande diferença em relação a nossa cidade, pois são realmente muitos estabelecimentos e os argentinos formam filas para assistir. No meio das andanças, acabamos parando numa pizzaria lá e depois em um pub temático sobre futebol, que tinha muitas camisas autografadas e réplicas das taças mais importantes do futebol. Lá, o cara foi super gente fina e botou Raça Negra pra tocar. (nenhum de nós gostamos da banda, mas o cara se esforçou para agradar.) 

 
Após isso, a hora já se fazia tarde, algo próximo da meia noite, e voltamos andando para hotel, o que foi uma sensação boa já que você se sente no pleno exercício do direito de ir e vim, podendo se locomover sem medo, ao contrário do que ocorre por aqui ( na verdade, só fomos apresentados ao Barra Pesada argentino perto de voltar, ai já tinha dado pra curtir a cidade sem medo :D)


Na sexta-feira, tínhamos uma missão em mente: sacar os ingressos. Mas para entender a história em todos os seus nuances, é necessário apresentar os recepcionistas do hotel.

Ao todo eram três recepcionistas. O Juan, que era o cara que sempre dava as informações certas, o Jorge  era o cara que sempre dava as informações furadas e o outro lá era completamente inútil, tanto que a gente nem descobriu o nome dele.

Mas continuando... Para o nosso azar, no dia de sacar os ingressos, quem estava na recepção era o Jorge, ou como apelidamos nos dias seguintes, o Jorgito de La mutreta, e o cara só fez complicar nossa vida. A nossa pergunta tinha sido simples e direta: mostramos o endereço e uma cópia do Google maps e perguntamos como poderíamos chegar ao local desejado. Só que o cara preferiu enrolar a dá a informação. Ele alegou que o local era muito longe, fora de Buenos Aires, e que se fossemos de ônibus perderíamos o dia e se fossemos de taxi ficaríamos liso. Só que ele falou que não precisávamos nos preocupar que ele tinha um amigo que poderia ajudar a gente, pois ele era um representante da ticket master. Ai, o tal Jorge escreveu o endereço pra gente e lá fomos atrás desse dito representante. No fim das contas, tivemos que andar um bocado e acabamos conhecendo umas partes menos gloriosas da capital argentina, até que chegamos ao dito local, que só encontramos pq ele tinha escrito o nome, já o endereço tava errado. Chegando lá, o cara disse que não poderia sacar os ingressos, mas que podia vender outros (detalhe, os ingressos estavam esgotados, logo o cara tava dando uma de cambista). Prontamente dispensamos o gaiato e partimos por conta própria para o endereço que tinha pegue no site. Mas, chegar até lá foi uma aventura. Descobrimos que poderíamos ir de trem e que seria rápido e barato. Daí, o esquema foi saber chegar até a estação, o que foi maior sufoco já que muita gente negava ou dava informação imprecisa até que encontramos um velhinho que salvou nossa pele e nos ensinou tudo.

Chegando na estação de trem, pagamos as passagens, que era um pouco mais de 50 centavos de real, e partimos para San Martin. O lado bom de toda essa ralação, foi poder conhecer um pouco da realidade da cidade e do cotidiano do seu povo, não limitando a viagem a visitar pontos turísticos. No trem por exemplo, conhecemos dois músicos de rua, que tocavam uma belíssima música que falava sobre sobrevivência.

Ao chegar a San Martin, nos deparamos com uma cidade mais simples, mas que parecia ser organizada. Andamos e andamos até que encontramos os benditos ingressos. Com os ingressos na mão (ou melhor, na minha mochila hehe), nos pusemos a voltar para Buenos Aires. Na volta, ainda presenciamos uma correria devido a uma briga de rua que envolvia uns adolescentes por lá, mas depois de uma tensão inicial tudo se acalmou.

Já em Buenos Aires, fomos almoçar e voltamos para o Hotel, onde fizemos questão de esfregar na cara do recepcionista toda nossa raça cearense de pegar ônibus e trem e ir para outra cidade, apenas na velha cara dura hehe.

Lá, descansamos um pedaço, e fomos para uma rua que é algo semelhante à 25 de Março em São Paulo. Lá nós vimos muitas coisas, mas nada que chamasse minha atenção, ao contrário do que ocorria com os que me acompanhavam. A parte mais bacana nessa saída foi conhecer um centro comercial que foi organizado em um prédio antigo, que tinha um projeto arquitetônico muito bonito. Ainda tive o prazer de ver em um quiosque que vendia CDs muitas bandas como Beatles e Pink Floyd organizadas ao lado de um cd do Sepultura (do Brasil... 1... 2... 3... hehe), o que bateu um orgulho da banda.

Vai pra lá e vai pra cá, acabamos a visita nesse bairro com altas doses de cafeína no Starbucks, tudo pra ter mais fôlego e não querer dormir.

De volta ao hotel, descansamos um tantim e partimos em busca de um local que fosse interessante a noite. Todavia, o recepcionista era o cara que não sabia de porra nenhuma, aquele que sequer sei o nome, e tivemos que aprender tudo na marra, o que incluiu muita caminhada e descer na parada errada. Quando enfim encontramos um local interessante, no caso uma "praça" com muitos bares, paramos para jogar uma sinuca e descontrair um pouco. Mas o que não esperávamos é que no mesmo dia, a seleção argentina de Rúgbi faria sua estréia no campeonato mundial do esporte, o que fez com que a patrocinadora oficial, a cerveja quilmes, lançasse uma promoção de paga uma leva duas, o que foi muito apreciado por nós! :P


Saindo da sinuca, rodamos e rodamos em busca de algo diferente, mas tudo que encontrávamos eram bares com gente assistindo no jogo. No fim da noite, fomos para o club serrano, talvez o bar mais desanimado que já vi, o que acabou encaixando com o meu perfil. No fim das contas, o tédio era afogado na cerveja.

Saindo desse club serrano, já depois das 1 da manhã, começamos a andar pelo bairro e acabamos encontrando um local dedicado à música brasileira, mas sequer entramos já que estava rolando Meteoro da Paixão do Luan Santana.

No outro dia, partimos para fazer o tradicional turismo pela cidade. Conhecemos a sede do banco La Nacion, o Café Tortoni, um teatro centenário, o congresso nacional, o monumento de dom Quixote e linha A do metrô de Buenos Aires (que foi construída em 1908, sendo vagão com um acabamento bem antigo, de madeira e sem janelas. Old school hehe)



Depois disso tudo, partirmos rumo à um bairro que tem vária outlets, que são lojas que fazem uma porrada de queima de estoque. Como eu não sou fissurado muito nessas coisas, o fato mais marcante pra mim foi quando cruzamos com uma caravana de torcedores do River Plate, que ia para um jogo da equipe, e posso dizer que foram momentos de tensão, já que eles eram bem hostis e ameaçavam a todos que passavam pelo seu caminho, apesar da presença da polícia por perto.

No mesmo dia, já no fim da noite, fomos decididos a experimentar um autentico churrasco argentino e conseguimos, embora tenha doido no bolso.


No domingo, tivemos total foco no show, então esse dia fica melhor retratado nessa postagem aqui.

Na segunda, já cansados e despejados pelo hotel, vagamos pela cidade, comemos o famoso super Pancho e vagamos sem rumo pela cidade, até chegar a hora de ir para o aeroporto.


Já no aeroporto, foi só esperar pela hora de voltar, o que ainda deu certa tensão, pq o local carece de monitores com informação dos vôos.

Enfim, acho que foi isso.

Foi muito interessante conhecer uma nova cultura e mudar um pouco a rotina, especialmente tendo um show dos chili peppers para ir no domingo.

sábado, 15 de outubro de 2011

Metallica - 30 anos

Na data de hoje, milhares de fãs estão comemorando os 30 anos de atividade de uma das bandas mais importantes da história do rock, o Metallica.

O Freak Show aproveita a oportunidade para parabenizar a banda e toda sua trajetória, recheada de clássicos, polêmicas e superação. Como diz o último dvd da banda: orgulho, paixão e glória.




sábado, 8 de outubro de 2011

Deep Purple, finalmente!


A história de Fortaleza com o Deep Purple é bem mais antiga do que aqueles mais desavisados podem pensar.

Tudo começou no ano de 2003, quando uma empresa local resolveu colocar nossa cidade no mapa dos eventos internacionais. Na época, a produtora anunciou dois shows: uma banda que era o hit do momento (The Calling) e outra clássica (Deep Purple). 

Pois bem, a apresentação do citado grupo americano seria a primeira a acontecer e as expectativas da empresa produtora eram grandes, tanto que trataram de marcar o show para o Marina Park Hotel, um local que pode comportar até 40 mil pessoas. Todavia, as coisas não saíram como foram planejadas e a adesão do público local para com o show do The Calling foi baixíssima, fazendo com que o evento fosse passado para um local menor, o Mucuripe, e por via de conseqüência a apresentação do Deep Purple fosse adiada.

Começava ai o muro de lamentações da cena local que passou anos e anos chorando o leite derramado e pensando como seria um show do Purple em Fortaleza, especialmente nas épocas em que nossa cidade recebia quase nada de show.

Mas quis o destino dar uma nova chance para Fortaleza, uma chance de celebrar uma banda seminal para o rock, uma verdadeira máquina produtora de clássicos. Tal chance foi agarrada com amor e carinho pelo público local nessa sexta-feira, dia 07 de outubro de 2011.

Contada a história, vamos ao show.


Para variar, mais uma vez a cena local teria que se deslocar até a Praia do Futuro para curtir seu rock em paz, já que as casas de shows locais estão quase em extinção.

Dessa vez, ao contrário do que acontece ordinariamente, fomos para o show de carro, pois o Kassão, um cabra muito maxo, resolveu arriscar hehe. Com a comodidade do carro, resolvemos chegar numa hora já próxima de entrar e foi o que aconteceu: 22 horas já estávamos no local do show.

Quando chegamos estava rolando a banda de abertura, que veio lá de São Paulo para acompanhar o roxo profundo. Porém, até que entrássemos no recinto, entre filas e conversas, o show da banda já tinha acabado.

Ao entrarmos no local, avistamos o palco e vimos a bateria da banda já montada. A priori, eu pensava que isso não representava muita coisa, e continuava achando que iríamos esperar muito, apesar do horário do show está marcado para as 23 horas e de já estar muito próximo disso. Afinal, estamos em Fortaleza né?


Porém, para a surpresa de todos, não houve atraso, e logo a introdução começou a ser executada no sistema de som, momento que o pessoal que estava fora do show começou a entrar de forma mais apressada.

E logo de cara, para abrir a noite, a banda executa Highway Star. Pqp meu irmão. Clássico do rock caramba. Preciso nem definir a música, apenas a histeria da galera que parecia não acreditar hehe. O único ”porém nesse momento é que a guitarra de Steve Morse começou um pouco baixa e o show na areia não possibilitava muita mobilidade, mas de toda forma foi especial e a galera correspondeu. Fico imaginando a reação do pessoal que estava do lado de fora quando começou a canção.

Após a Highway, uma música que com seus solos e improvisos, antes e depois da música, passa dos sete minutos, seria hora uma música mais curtinha não? Que nada cara. Aqui são anos 70, ou pelo menos todo mundo queria que fosse hehe. A banda taca logo de cara Hard Lovin Man (clássico!!!), canção do álbum in rock, que passe fácil dos sete minutos. Mais uma música para deixar eu paralisado e pensar: meu irmão, os véi são muito doidera :P.

Com Maybe a Leo (clássico!!!), a banda passeou pelo rock com as raízes bem fincadas no Blues, fazendo o pessoal aplaudir de forma empolgada ao fim da canção. Essa canção já deixa espaço para Strange Kind of Woman (clássico!!!), uma das minhas favoritas da banda, fazendo me empolgar com uma dose extra e estimulando o público até a ensaiar uns passinhos hehe.

Vale ressaltar que a banda não esqueceu de executar canções gravadas com Steve Morse, tais como Rapture of the Deep ( pense numa composição bem feita),  contact lost ( belíssima guitarra) e well dressed guitar ( virtuose!!!). Essas duas a propósito foram importantes para ajustarem a guitarra de Steve, deixando ela mais presente. O guitarrista, inclusive, mercê menção especial, porque tem o peso de ocupar o cargo de ninguém menos do que Ritchie Blackmore, mas faz isso com uma competência magistral, especialmente pelo extremo bom gosto em relação aos timbres das suas guitarras.


Entre todas as canções, sempre havia espaço para improviso e isso era feito de forma nada econômica, revelando o espírito das bandas dos anos 70, que usavam de muita liberdade na forma de se expressar. A cada passagem instrumental, era mais um motivo para eu ficar admirado.

Outro ponto curioso na apresentação da banda é Ian Gillian, um dos maiores vocalistas da história do rock. O Silver Voice tem talvez a missão mais difícil do grupo, que é a de encarar um show ao vivo em canções que ele consagrou um uso bem intenso da voz, com gritos estridentes que já fizeram muita gente enlouquecer. Mas a idade pesa para a voz e Gillan leva o show mais na classe do que na potência. Porém, o passar dos anos trás experiência e o vocalista conduz o show com elegância e muita interação com o público. Nas músicas compostas a partir dos anos 80, onde o vocalista já tinha adquirido a consciência de que deveria buscar novos caminhos, o resultado se mostrou bastante superior, fazendo o pessoal se encantar com sua capacidade de conduzir as canções.

Outro ponto emocionante foi When a Blind Man Cries (clássico!!!) A música foi brilhantemente executada, com direito a uma introdução feita por guitarra e teclado que foi de bater as palmas. Ao fim da canção, posso dizer que foi uma das baladas mais emocionantes que eu pude conferir ao vivo.

A participação do público também foi intensa nos grandes sucessos da banda: Perfect Strangers e Smoke on the Water. As duas são brilhantes, mas a segunda serve como uma espécie de batismo para todo roqueiro.
O que mais dizer sobre o show? Clássico!!! Me desculpe a falta de melhor definição, mas ver Deep Purple é ver uma pedra fundamental do rock.

Observações

1 – Solos de baixo e teclado foram sensacionais, surpreendendo muita gente. Roger Glover, no melhor estilo garçom do Pirata bar, é o cara!

2 – Ian Paice : baixinho e meio corcunda, o baterista se transforma atrás do seu kit. O cara é a verdadeira alma do Deep Purple, além de ser o baterista favorito do baterista da minha banda favorita hehe. Enfim, ele também merece a classificação de clássico!!! ( sempre com três exclamações hein!)

3 – O show não pode ter dado tanto dinheiro, mas deve ter sido um dos mais fáceis para a galera da D&E. Programa família total, sem nenhum resquício de confusão. Mais tranqüilo do que isso só uma missa e olhe lá.

4 – O Deep Purple recebeu o Delfianos Supremus.
5 - Dá para escutar o som do pandeiro do Gillan.

Especial Rock in Rio – Dia Metal

E então se imagine na seguinte situação: Você acorda em um sofá, em uma cidade distante, cansado pra caralho, a panturrilha ardendo. Mas ae você lembra onde estava na noite anterior. Putz!! Show do Red Hot Chili Peppers (mais detalhes no post anterior)!!! Em qualquer outra situação, isso já seria suficiente pra meses de um sorriso no rosto. Mas esta não é uma situação comum, jovem padwan. Esse é o ROCK IN RIO, ou seja, você acorda e se toca que mais tarde ainda vai ter METALLICA!! Esta meu caro, era nossa situação!

Então vamos direto para aCidade do Rock. Alguns partiram mais cedo e ainda encararam a fila de 6 km(é isso mesmo?). Já os calejados do show do Iron, chegaram mais tarde e pulamos a parte da fila :p. Primeira impressão: Muito mais gente de preto hehehe.. tudo com mais cara de show de metal. Aquela sensação que é a identidade desse festival já se apoderava novamente de nós, e o cansaço foi embora que nem mágica. As dores pareciam vir de uma dimensão muito muito distante.

Ao entrar vamos direto pro palco Sunset, ainda não visitado no dia anterior, para assistir o show do Angra em parceria com Tarja Turunen. A primeira decepção do festival foi ver a qualidade do som no palco Sunset, que falhou muito com o Angra. As guitarras ficavam ora mudas, ora estourando as caixas, enquanto o Angra fazia uma parte instrumental muito boa, como eu não via ser executada em muito tempo. O Edu deixou a desejar nos vocais, mas isso é parte de uma antiga novela que pode ser vista no site do próprio. E eu tive o prazer de ver novamente ver Tarja cantando, o que é uma experiência muito boa. Ô mulher pra cantar!

Depois mais alguns probleminhas no palco Sunset. Devido a atrasos, iria começar o show do Glória no Palco Mundo no momento em que o Sepultura deveria estar subindo ao palco no outro palco. Com isso e um público considerável esperando para ver clássica banda brasileira, gerou protestos e... eis que depois de um tempo, Sepultura sobe ao palco junto com os franceses do Tambours Du Bronx. Sepultura tocou músicas como Refuse Resist, Territory e (claro!) Roots Bloody Roots! Já os franceses se encarregam de dar uma clima mais místico e tribal ao show. Eu me senti naquela cena do Matrix que tem a festa em Zion hehe..

Terminado no palco Sunset, vamos para o Palco Mundo, enquanto tocava Coheed And
Cambria (banda que eu estava interessado em ver:D) e eis que .... PQP, lotado!! E mais, parecia que todos jogadores de basquete e vôlei que curtem metal estavam lá. Galera muito alta! Ficamos na busca por um local que desse pra assistir o show legal, com o Kassão abrindo o caminho em meio a multidão hehe. Mas de qualquer modo, em meio a cem mil pessoas, quando o pessoal arranja um local em que ficam satisfeitos, o protegem como cão faminto com seu osso! Depois de alguns banhos de cerveja, chegamos a um local que dava pra ficar pra ver o show. O Coheed foi animar muito a galera quando tocou The Trooper do Iron Maiden ( mesmo quem tava mais parado pulou nessa) e na sua música mais conhecida e que contou com uma performance mais extrovertida (hehe) do vocalista Claudio Sanchez, Welcome Home! Eu tava temendo ter perdido essa música deles, que como diria os jovens do Delfos, é a mais tremendona deles! Heheh

Após os norte americanos do Coheed, vem nos nada menos do que clássicos do Motorhead!
Puxada por Lemmy, com seu clássico timbre, Philip Campbel puxando solos de guitarra
(melhores do que eu esperava :p) e Mikkey Dee sendo a batida cardíaca da banda! “We Are Motorhead, and we play Rock ‘n Roll!” Motorhead deve ser o total inverso de uma música emo. É o tipo de música que deve incentivar a produção de testosterona!
Acabado o show do Motorhead, eu o Harley decidimos caçar comida, já que a idéia era estar 100% no show do grande Metallica! Na saída a gente se perdeu e enfim, depois de um tempo eu voltei pro local onde eu estava pra curtir o show que pra mim era uma total incógnita da noite, e até eu diria, já esperava pouco. Estou falando da banda Slipknot. Mas eis que chego e escuto uma música e penso : “Porra, gostei do som” , depois penso “Caralho, o visual do show dos caras é muito louco”e assim se seguiram meus pensamentos bem educados sempre antecedidos por uma palavra de carinho. E questão de pouquíssimo tempo eu já estava ensandecido por este show! Foi o show mais louco que eu presenciei no RIR e, quiça, em toda minha jovem vida. Realmente curti muito , e o momento em que ele pediu para todos se abaixarem foi foda. Imagine você no meio daquela multidão, e então todos se abaixam, ficam esperando vir a hora de pular, preparando o pulo, a guitarra vai crescendo, o bumbo vira seu coração, e então .... “JUMP THE FUCK UP NOW”! Só sei que pulei, meu óculos foi embora, eu pensei fudeu! Mas bora curtir!! Até que pelas graças de Odin que encarnou em um senhorzin que estava lá perto, o óculos voltou pra mim! :D
Pois bem, acaba o show do Slipknot, pessoas estão chorando de emoção, outras com um
sorrisão no rosto e eu olho pro Harley (já tínhamos nos encontrado novamente durante o show) com aquela sensação de “Ei ma, a gente fez parte disso aqui!”
Mas agora era hora de procurar um local pra assistir o show do Metallica, nada de ficar vendo só pelo telão! E segue então momentos semelhantes a busca pra um local pra ficar antes do show do Iron. Drama: lotação+altura do público. Caçamos e caçamos até que achamos o que parecia ser o limite de onde poderíamos chegar sem ter que se meter em um embate físico direto e direcionado hehehe..
E então começar o show do Metallica!!! O que se segue meus caros, são mais de 2h do mais puro heavy/trash metal!!! O show começa com um vídeo a lá começo do show o Iron, pra fazer a emoção ir crescendo dentro de cada metaleiro presente naquela abençoda cidade do Rock! Entram então James Hetfield, Mr Kirk Hammett e Robert Trujillo liderados pela bateria energética de Lars Ulrich em Creeping Death.

E então o Metallica, como não poderia deixar de ser, fez uma homenagem a Theater of
Salvation tocando For Whom the Bell tolls, Fuel, Fade to Black, Nothing Else Matters e Enter Sandman (acho que só quem vai entender esse parágrafo é quem é da banda heheh)
Uma estrutura enorme acompanhou a banda durante o show. Com labaredas épicas,
relâmpagos de Odin, papocos dignos de Zeus e bolas pretas gigantes caindo de cima do palco. Enfim, foi show pra filho nenhum do vento preto colocar defeito (Mais uma vez a influência do Delfos aparecendo ae). E para registrar, ao fim de tudo, a pedidos do público... Seek and Destroy!

Meus caros, não vou descrever o show passo a passo, porque o sentimento não tenho o domínio com as palavras suficiente para lhes passar o sentimento, mas vos digo, que a sensação ao final deste abençoado fim de semana totalmente atípico, foi de que somos pessoas que são algo de diferente agora.






To be continued: Deep Purple em Fortaleza!!!!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Especial Rock in Rio – Dia Rock

Bem galera, seguindo a mesma lógica do último poste, eu vou me ater aqui na parte dos shows e depois volto (ou o kbça) pra dar o relato da viagem. Então let’s GO.

Ir ao Rock in Rio não é como ir a um show comum! O público é de 100 mil pessoas e são 14 horas de música por dia, ou seja, números grandiosos que denunciavam a grande maratona que ir ao show representaria.

A primeira dúvida era: que horas ir ao show?

Alguns mais agoniados que estava com a gente queriam chegar logo de manhã pelo festival. Já os que passaram pelo esgotamento físico e mental no show do Maiden sabiam que era necessário um pouco de prudência. Acabou que nosso lado ganhou e fomos para o festival umas duas horas da tarde.
A segunda dúvida era como chegar e a solução foi o velho buzão (e de preferência a opção mais barata). Não que tenha sido uma solução confortável, mas foi barata e acabou cumprindo o que queríamos: ir e voltar vivos.

Chegando ao festival tivemos duas surpresas. A primeira foi a fila quilométrica que se formava e a segunda ficou por conta da beleza do local onde ficava a Cidade do Rock, um espaço cercado por morros e com um clima agradável, parecendo uma grande serra. Depois de muito tempo de espera, a entrada foi autorizada e com muita paciência as coisas acabaram dando certo.


Ao entrar na Cidade do Rock, a alegria contagiou a galera e tiramos várias fotos. Após isso combinamos um ponto de encontro e partimos para frente do palco mundo. Quando chegamos lá, uma parte ficou (Girino, Danilo Calanguinho, Kássio e Eu) , outra parte saiu para conhecer a cidade do rock e outra se perdeu geral hehe.

A priori, a minha ideia não era fincar território tão cedo na frente do palco, porém a possibilidade de assistir o show de perto me deixou meio insano e acabei ficando lá até a hora do show.

A primeira banda a tocar foi o NX Zero, uma banda que não é muito do nosso gosto, mas ao contrário de muita gente que apenas se concentrou em ofender os músicos, apenas fiquei observando desempenho dos caras e posso dizer fizeram uma apresentação até certinha e não chegaram a incomodar, apesar de não chamar muita atenção.

Após o NX era a vez do Stone Sour, a segunda mais esperada por mim na noite, especialmente pelo talentoso frontman Corey Taylor. Mas ai que vem a pegadinha do maladro!!!

Enquanto eu esperava o show, o Kássio comenta com um cara próximo de mim que o baterista da banda era Mike Portnoy!!!

Eu logo retruquei: Não cara, o nome do baterista é Roy!

Só que aew o Kássio me explicou: é que o batera original pediu licença e chamaram o Portnoy pra substituir.

Foi ai que eu entrei em parafuso!

Olhei para o palco e pensei: porra! Que surpresa!

E a banda começou de forma gloriosa!!! Mas não por causa do talento hehe, mas sim porque colocaram a música do episodio I: ameaça fantasma para tocar :D.

Durante a apresentação, a banda executou boas canções, tais como Mission Statement, Come What Ever May, Say You’ll Haunt Me e Through The Glass, que ganhou uma boa versão ao vivo.

Na banda, os destaques foram para o excelente vocalista Corey Taylor que além de uma ótima potencial vocal tem muito carisma e presença de palco, para o gigantesco guitarrista James Root, também Spliknot, com seus dois metros e tanto de altura e para o baterista provisório Mike Portnoy que contava até com um coro próprio hehe.

Falando em Portnoy, eu posso dizer que foi uma grande surpresa e imensa alegria ver esse grande músico ao vivo. Todavia, a ressalva é que eu pude assisti-lo sem que ele executasse o estilo que consagrou a sua técnica: o progressivo.

Após a apresentação da banda americana, era vez dos brasileiros do Capital Inicial, que fez um show que me surpreendeu do ponto de vista da estrutura, sendo a mais avantajada da noite. Lançadores de chamas, imagens no telão de led, sirenes e músicos de apoio, foram os elementos que deram um incremento da apresentação do grupo brasiliense, que não deixou o ritmo levantado pelo Stone Sour cair.


Depois da apresentação dos brasileiros, veio a banda Snow Patrol que faz um som certinho e conta até com umas músicas bonitas, mas que teve um show comprometido pelo grande número de baladas e por algumas canções em que a banda preferia usar três teclados a guitarra ou baixo e isso me incomoda hehe.

Após a apresentação da banda irlandesa, foi a vez de esperar pelos californianos chamados... de... vocês sabem quem... Red Hot Chili Peppers. :P

Foram 7 horas de espera na frente do palco. Pegando chuva e passando frio. Pés doidos e sede. Mas tudo isso não era o suficiente para nos convencer a sair de uma visão tão boa para o palco, principalmente em se tratando de um festival de 100 mil pessoas.

Na minha mente, eu torcia para que os meus amigos tivesse a mesma experiência explosiva que tive dias antes e para que o show começasse logo. Nos momentos que antecederam o show, a ansiedade foi tanta que mal houve diálogo entre os presentes, apenas contando os segundos para o show.

Mas quando apareceu a imagem do novo cd nos telões, era sinal de que a espera tinha acabado e daí foi só partir pra galera e curtir de forma intensa mais uma grandiosa apresentação.

A cada canção tocada era olhar para os amigos ver a felicidade estampada na cara de cada um deles. Cantando, pulando, vibrando e dançando ao som das canções que embalaram nossas adolescências. No show me lembrava dos momentos em que íamos para a casa do kbça assistir aos DVDs da banda ou o cd pirata do girino que ficava tocando direto na Tabuba.

Durante a apresentação, foi possível curtir a sonoridade peculiar da banda, calcada numa mistura de dois estilos que se colocam de formas opostas, o punk e o funk norte americanos, fazendo com que a junção entre o baixo e a bateria resultem num ritmo que representa a alma da música da banda.

Duas partes marcantes foram quando tocaram Me and My Friends e Higher Ground. Na primeira formamos um pequeno círculo, enquanto gritávamos enlouquecidos o refrão e na segunda pulamos como se estivéssemos gravando o nosso clipe.
 

Ao fim do show, a banda homenageou um fã da banda que faleceu ano passado e disparou Around the World, Blood Sugar Sex Magik e Give it Away em seqüência para esgotar todas as nossas energias.

Em relação ao show da capital argentina foram três música diferentes: Pea, Around the World e Did I Let You Know.

Depois da apresentação, uma imensa queima de fogos de artifícios terminou com chave de ouro a noite, em que todos nós, mesmos cansados, sorriamos um para os outros sinalizando que finalmente tínhamos realizado aquele sonho.

Para mim, o fim de show foi diferente do que na Argentina.

Se lá eu podia pensar que em 6 dias veria a banda novamente, dessa vez eu realmente via que ia me despedir e tudo que eu pensava era que o show não podia terminar, mas isso era algo que eu não podia evitar.

Enfim, foi uma semana de sonho para mim e uma noite de imensa alegria com os meus amigos, e mesmos exaustos sabíamos: tínhamos que ter força para mais um dia, para outra banda californiana.

Vocês sabem quem!