sábado, 12 de fevereiro de 2011

Do Colégio para a Banda: recuperando contato




Faz muito tempo que eu não escrevo algo para o Freak Show. Mais especificamente, a minha última postagem foi sobre as minhas dúvidas acerca do Rock in Rio.

Devido a isso, eu resolvi fazer algo que eu já vinha com vontade de fazer há algum tempo, mas somente agora eu criei disposição. Mas vamos logo ao assunto, que pode interessar para quem formou banda com os amigos de colégio ou para quem vai sair do colégio e não sabe como vai ser a vivência com os amigos depois disso.

2006 foi o último ano da nossa galera no Colégio. Depois de tanta luta e de ter que aturar muita coisa chata por lá, nós finalmente conseguimos deixá-lo para trás. Mas apesar de todas as chateações que poderíamos encontrar no cotidiano colegial, tinha uma coisa que fazia valer muito a pena ter que acordar todos os dias cedo: a presenças de verdadeiros amigos. Toda aquela rotina só poderia ser superada de forma mais fácil se contássemos com o apoio de cada um. E quando falo amigos, eu cito aqueles que realmente são, aqueles que compartilham os momentos de alegria, tristeza, tédio e etc, mas principalmente aqueles com que você fala mais merda, ou melhor, assuntos desimportantes que você adora falar..

No núcleo de toda essa amizade, quer queira quer não, o fator colégio era essencial. Nele, todos os amigos fazem parte de uma mesma rotina e dentro dessas condições as questões de afinidade fluem de uma maneira mais fácil, principalmente porque na adolescência nós são temos tantas características particulares. São desafios em comum, são alegrias em comum, são gostos em comum, ou seja, um círculo de amizade que vai se aprimorando dia após dia e por vários anos.

No entanto, quando todo mundo sai do colégio, as coisas mudam um pouco, é inevitável. Cada um vai para o seu curso de graduação e a rotina que antes era comum se torna heterogênea. Vivendo em circunstâncias diferentes, as diferenças começam a surgir. Cada um vai desenvolvendo um gosto mais particular em relação ao que considera interessante, a rotina vai mudando, compatibilizar agendas se torna cada vez mais difícil e o contato diário acaba por não existir mais.

Tomando como exemplo minha experiência pessoal.

No colégio, os cinco dias da semana eram de intenso contato com os amigos. Muitas aulas na mesma sala, futebol nos intervalos e às vezes ficávamos à tarde para estudar (leia-se conversando e rindo de besteira hehe). Música, esportes, filmes, games, ou simplesmente zoar um ao outro eram os assuntos mais adorados por todos nós. Toda conversa fluía naturalmente por várias e várias horas e continuavam em intermináveis noites pelo MSN.

Já na faculdade, as coisas começam a mudar a partir da distância física. Metade da galera foi estudar no Campus do Pici e a outra em alguma Faculdade/Universidade na Washington Soares, a galera deixou de se ver todos os dias pra se ver uma vez ao mês, e olhe lá. Outra coisa que começou a mudar é que cada um passou ter interesses particulares, principalmente na hora dos papos, pois conversar sobre Direito deve ser mais interessante pra mim do que para os meus amigos das exatas e por ai vai. E à medida que o tempo vai passando, gradualmente você vai perdendo contato, num movimento meio que natural. Não precisa você puxa a faca para um velho amigo, simplesmente vai acontecendo.

Porém, essa distanciação foi meio que controlada por algo que parecia que nunca sairia do papel: a banda. Por mais que na banda só tenhamos uma parte do pessoal, nela já reunimos um núcleo mínimo. Mas o que ela fez? Ela veio a estabelecer um interesse comum entre nós e que faz nós mantermos contato diariamente e reunirmos de forma mais constante. Toda dia rola email sobre os ensaios, músicas covers, músicas autorais, composições, troca de arquivos e sempre tá rolando um ensaio ou reunião para compor alguma coisa. Por mais que a intensidade não seja a mesma dos tempos de colégio, tudo flui de maneira mais eficiente, por que é algo que nos diverte bastante que é a música. E no meio de todo esse contato rola outros assuntos e aquela naturalidade de outros tempos vai surgindo. Eu me lembro que antes da banda, eu ficava até um mês sem falar com o pessoal. Não por falta de mecanismos, já que a internet ajuda bastante, mas de assunto mesmo. E olhando por esse lado, eu não imaginava de que o velho sonho do nosso guitarrista Rafael seria tão relevante nos dias de hoje. E isso me deixa contente pra caramba. Os desafios da vida estão ai e cada dia surge um novo. A batalha sempre existirá. Por isso, ter os velhos amigos por perto é algo que nos ajuda bastante.

 The spaces in between leave room for you and I to grow


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Gary Moore falece aos 58 anos



Faleceu hoje um dos grandes guitarristas do Blues e do Rock. Mais uma perda irreparável para a música popular, mas que sempre será lembrado pelo seu talento.