segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Consumo



CONSUMISMO INFANTIL

Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou umas das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconseqüente. As crianças, ainda em pleno desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves conseqüências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema importância e interesse geral.

Sempre que datas comemorativas como Natal e Dia da Criança estão próximas, as exigências infantis se voltam aos presentes, que muitas vezes custam “os olhos da cara”. Começa então a dor de cabeça dos pais para tentar conciliar essas cobranças com a realidade econômica pela qual o país está passando. Mas será que ceder às pressões de crianças e adolescentes é a melhor saída?

O Dia da Criança se aproxima e, com a data, os pais já estão preocupados com o que dar de presente aos filhos. Mas, em tempos de crise financeira e conseqüente aperto do orçamento familiar, mais do que “o que” dar aos filhos, a preocupação se volta a “como” presentear.

E como se não bastasse ter de aprender a lidar com as limitações financeiras, outro problema é enfrentado pelos pais: saber trabalhar com o impulso consumista de crianças e adolescentes. “Nossa sociedade é consumista, e isso equivale a dizer que acreditamos que os objetos poderão nos trazer tudo o que nos falta. Temos de racionalizar o consumo, ou seja, desmistificar os objetos como realizadores de nossa felicidade e satisfação plena”, afirma Vera Iaconelli, psicóloga e psicoterapeuta especializada em relacionamento entre pais e filhos que, há seis anos, coordena a Clínica Gerar — Escola de Pais.

Vera acredita que é possível transformar esse dia num momento especial, no qual o presente não será o mais importante e, sim, uma demonstração do amor que os pais podem dar aos filhos. “Os pais temem que os filhos fiquem ‘traumatizados’ por verem os outros terem coisas que eles não têm. É claro que existem privações que estão no limite da sobrevivência (alimento, moradia) e deixam marcas indeléveis, mas, aqui, estamos tratando de pais que podem dar o indispensável a seus filhos”, diz. “Na verdade, ninguém se traumatiza por falta de grandes presentes e, sim, quando se sente abandonado afetivamente pelos pais”.

O consumismo irracional, segundo a psicóloga, gera problemas muito mais profundos. “Vivemos em uma sociedade em que tanto a aquisição de bens materiais como o consumo de drogas, que podem ser bebidas alcoólicas ou remédios, são muito incentivados. Aplicamos a idéia de que coisas podem preencher e aplacar nossas insatisfações afetivas, seja comprando objetos, seja usando substâncias danosas à saúde”, alerta. A psicóloga diz que ensinar as crianças a lidar com o consumismo é uma forma de prevenir o aspecto sedutor que essas substâncias exercem sobre seus consumidores. Por isso pense duas vezes antes de fazer uma compra, avalie se realmente esta precisando daquilo ou se apenas quer comprá-lo pra lhe satisfazer uma vontade não exteriorizada.


Kássio

Um comentário:

Anônimo disse...

Situação triste essa ... basta voce parar para analisar um pouco o periodo dos intervalos entre uma propagama e outro na tv(não que durante os proprios programs nao haja esse tipo de propaganda).É absurdo o quando o individuo é bombardeado com produtos,promoções e falsas ideias de felicidade.
Um exemplo, uma propaganda de chocolate,que quando uma mulher come o chocolate ela tem uma sensação que é quase um orgasmo.
E não é so na tv, nas ruas ,outdoors,radio...esta em todo lugar,a unica proteção que temos contra isso é o senso critico,o qual é tão combatido pela cultura de massas atual.